Cineasta premiado diz que cinema paranaense vive momento inédito e histórico


O cineasta paranaense Beto Carminatti, que dividiu com Pedro Merege o prêmio de melhor direção no Festival do Paraná de Cinema Brasileiro Latino, com o filme Mistéryos, reconhece o momento inédito em que vive o cinema no Paraná
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13/10/2008 - 17:40
Editoria
O cineasta paranaense Beto Carminatti, que dividiu com Pedro Merege o prêmio de melhor direção no Festival do Paraná de Cinema Brasileiro Latino, com o filme Mistéryos, reconhece o momento inédito em que vive o cinema no Paraná. “Inédito e histórico”, reforça, e explica que todo o processo de desenvolvimento cinematográfico no Paraná começou com o idealismo de parcerias bacanas de várias gerações, e culminou com a vontade política. “Uma vontade política, sem retóricas, mas com atitudes do governador Roberto Requião e de Ittala Nandi resultou num projeto cultural e educativo, que coloca o Estado num patamar de destaque em relação ao país”, afirma. O filme traz a visão pessoal e criativa do escritor paulista Valêncio Xavier, que há mais de 30 anos vive em Curitiba e foi o idealizador da Cinemateca da cidade. “Fazer um filme de uma obra de um gênio fantástico como é Valêncio Xavier foi um prazer para toda a nossa equipe”, considera Carminatti. O tema principal do filme é o “Mês da Gripe” que se interliga com mais cinco mistérios dos 13 escritos por Valêncio. Entre as histórias, o filme relata a da menina que sumiu dentro do “Trem Fantasma”, no antigo Parque Alvorada, exatamente em 1969, ano em que o homem pisou na lua. Outra é sobre quatro latas de filmes encontradas dentro de um galinheiro em Almirante Tamandaré, em 1922, supostamente pornográficos e também supostamente feito por um diretor italiano, que foi protagonizado no filme pelo próprio Beto. “São histórias que se situam num tênue fio entre a verdade e a mentira. Este é o grande desafio e o fascínio do resultado final”, adianta o diretor. O Grão – O cineasta Petrus Cariry que venceu com o melhor filme e recebeu R$ 80 mil, com O Grão, também compactua com Carminatti e vai mais além, diz que o cinema brasileiro está retomando a força. “Acredito que depois do fechamento da Embrafilme a cinematografia brasileira viveu um período de vazio. A retomada veio com o filme “Carlota Joaquina” e a entrada de Gilberto Gil no Ministério da Cultura”, considera. Petrus, 29 anos, dirigiu vários curtas “Ordem dos Penitentes”, Uma Jangada chamada Bruna”, “A Velha e o Mar”, foi ganhador de vários prêmios em festivais nacionais e participou de festivais internacionais de cinema como em Havana e Tóquio. O Grão é o seu primeiro longa e foi premiado no Chile, Venezuela e Barcelona.

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