A criação de um Conselho Consultivo para Políticas de Ensino Superior foi um dos temas da reunião entre o secretário da Ciência e Tecnologia, Aldair Tarcísio Rizzi, e os reitores das seis universidades estaduais, realizada nesta segunda, 03. O objetivo da reunião foi definir um plano de trabalho conjunto da Secretaria com todas as unidades de ensino superior, visando o desenvolvimento do Estado em todas as regiões, criando formas que mostrem à sociedade a consolidação do sistema.
Da reunião participaram os reitores Lygia Lumina Pupatto, da Universidade Estadual de Londrina (UEL); Gilberto Cezar Pavanelli, da Universidade Estadual de Maringá (UEM); Paulo Roberto Godoy, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG); Wilson Luís Iscuissati, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste); Carlos Alberto Ferreira Gomes, da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro); e Sâmia Saad Galloti Bonavides, da Universidade Estadual do Paraná (Unespar). Também participaram o presidente da União Paranaense dos Estudantes (UPE), Madson Oliveira, e a coordenadora de aprendizado indígena, Luli Miranda.
Parceria
O secretário Aldair Rizzi pretende firmar parceria com a secretaria de Educação, que está disposta a abraçar a causa. A superintendente de educação, Yvelize Arco-Verde, que esteve representando essa secretaria, disse que "serão feitas reformulações no setor e que discussões amplas sobre a educação, em todos os níveis, serão priorizadas". A superintendente afirmou ainda que a Universidade Eletrônica será revista, com apoio da Copel, e pediu parceria na utilização de espaços em comum, recursos humanos entre outros.
Quanto à formação e capacitação dos professores será aberto um processo de discussão junto às universidades para definir este quadro. O reitor da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paulo Godoy, ofereceu à secretaria de Educação uma ajuda na reformulação da educação à distância, disponibilizando um programa de mídia interativa que a universidade tem patenteado. Rizzi demonstrou otimismo fazendo um elogio à secretaria da educação que "está mostrando que tem pessoas competentes".
De acordo com o Secretário, "é importante que o conselho trabalhe de forma integrada onde universidades públicas, incluindo as federais, deixem de ser concorrentes entre si, acabando com o preconceito, e passem a ser um conjunto para a consolidação de um sistema que contribua para o avanço do Paraná". Para compor o Conselho, foi aceito por parte de todos os reitores, a integração do Cefet – PR e UFPR.
Para o dia 17 deste mês ficou marcada uma reunião onde os reitores devem discutir os projetos de extensão existentes em cada instituição e novas propostas além do potencial que cada Universidade tem para se engajar nas políticas públicas. Também será discutido o orçamento para 2003 e a regularização de cargos.
A nova política da SETI com os reitores não irá tolerar a abertura de cursos sem que haja condições de infra-estrutura, pessoal de apoio, professores existentes e a possibilidade orçamentária. Rizzi pediu a todos os reitores que disponibilizem o máximo de informações possíveis para que seja possível trabalhar com transparência. Wilson completou dizendo que "é necessário ser fiel aos dados e que esses critérios devem ser rigorosos".
Analfabetismo zero
O presidente da UPE – União Paranaense dos Estudantes - propôs a integração das universidades e alunos no programa do ministério da educação "analfabetismo zero". A proposta é disponibilizar espaço físico para a criação de fóruns e seminários que desenvolvam projetos de qualificação mínima a todos que estiverem envolvidos no programa, gerando políticas públicas e de inclusão social. Todos os reitores demonstraram interesse em obter ajuda.
Outra pauta importante foi a discussão sobre o aprendizado indígena. Segundo Luli Miranda, "é necessário rever o aprendizado indígena aprimorando os métodos sem perder a base cultural de cada etnia, eles têm direito a seu aprendizado próprio". O reitor da Unioeste concordou dizendo que "o índio tem dificuldade com o português e tem que assistir aulas. É necessário criar uma sistemática adequada para a formação de sucesso de cada índio".