As recentes chuvas registradas na bacia do Iguaçu estão abreviando o tempo necessário ao enchimento do reservatório da Usina Santa Clara, no rio Jordão, que foi iniciado em 21 de abril e estava previsto para ser completado apenas nos últimos dias de junho. Com a significativa elevação das vazões afluentes, a Copel estima que neste fim de semana, possivelmente ainda na manhã de sábado, a barragem comece a verter e a dispensar os volumes que excederem à capacidade de armazenamento do lago.
Na manhã de quinta-feira, 84% do volume total de água a ser represada (431 milhões de metros cúbicos) encontrava-se preenchido. A superfície do lago, que terá área de 20 km quadrados, estava a 4 metros de atingir a soleira da barragem por onde é escoada a vazão que não pode ser retida. Em 24 horas o nível do lago subiu 1,85 metro em função da chuva, que também elevou em quase quatro vezes a vazão média histórica estatística do rio Jordão para esta época do ano, que é de 100 metros cúbicos por segundo.
As equipes de resgate e salvamento de animais que estão trabalhando na área inundada vão prosseguir suas atividades até que a operação de enchimento esteja concluída.
Produção – A Usina Santa Clara, situada na região central do Paraná entre os municípios de Pinhão e Candói, está em fase final de construção e começa a produzir eletricidade no final do mês de julho, “se tudo continuar correndo conforme foi programado”, condiciona Sérgio Luiz Lamy, presidente da Centrais Elétricas do Jordão – empresa controlada pelo Governo do Paraná através da Copel, que detém participação de 70% na sociedade.
Santa Clara terá potência instalada de 120 megawatts e integra um complexo energético formado pelo aproveitamento da Usina Fundão, de idêntica capacidade e cuja construção se desenvolve 12 km rio abaixo, com previsão de operação em meados de 2006 e mais duas pequenas hidrelétricas agregadas a cada barragem, que adicionarão 5,9 megawatts de potência ao conjunto. A pequena hidrelétrica integrada à barragem de Santa Clara vai entrar em operação junto com os grupos geradores instalados na casa de força da usina principal.
A potência instalada total do complexo energético que o Governo do Estado e a Copel estão construindo no rio Jordão é suficiente para atender ao consumo de uma população de 600 mil pessoas. O custo global do empreendimento incluindo obras civis, máquinas, equipamentos e a implantação dos 33 programas sociais e ambientais estabelecidos no seu Rima, gira em torno de R$ 480 milhões, constituindo-se na maior obra individual da administração do governador Roberto Requião.