China busca maior intercâmbio com Paraná

Chineses buscam intensificar cooperação técnica com o Governo do Paraná e demonstram interesse em importar tecnologias usadas na criação de bovinos e na citricultura
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22/08/2005 - 17:44
Editoria
Interessado em estreitar as relações comerciais e de pesquisa com a China, o vice-governador e secretário da Agricultura, Orlando Pessuti, recebeu nesta segunda-feira (22), em Curitiba, uma delegação da província de Hunan. Formada por acadêmicos e cientistas, a comissão foi chefiada pela vice-governadora de Hunan, Gan Lin. Durante o encontro, os estrangeiros confirmaram o interesse de intensificar o intercâmbio técnico e econômico com o Paraná. Segundo Lin, o governo de Hunan pode cooperar tecnicamente com o Paraná, principalmente nos segmentos de arroz híbrido, piscicultura e sericicultura. Por sua vez, a província chinesa quer importar técnicas do Paraná, utilizadas na criação de gado bovino e na citricultura. “Hunan é uma das principias províncias da China em produção de frutas cítricas”, lembrou. Quanto ao gado bovino, a delegação confirmou o interesse em aumentar e melhorar a criação de animais na província. Lin relevou que os chineses criam tanto gado confinado como solto no pasto. “O gado para corte é confinado. Não temos todo o espaço que há no Brasil para criar os animais a pasto. O gado é alimentado com ração à base de milho, soja e carne de frango”, disse. Pessuti destacou a importância de haver uma maior cooperação técnico-econômica entre o Paraná e Hunan. O secretário disse aos chineses que, através da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o Governo do Estado investe R$ 18 milhões na piscicultura do Paraná. “É o maior investimento já feito no setor”, disse o secretário, para quem uma cooperação técnica voltada à piscicultura poderia beneficiar o programa de apoio à implantação de peixes em rios e tanques do estado. A vice-governadora de Hunan lembrou a importância da cooperação técnica entre a província chinesa e o Paraná, já que ambos se destacam no setor agrícola. “As duas regiões têm suas economias baseadas na agricultura. Uma pode ajudar a outra a alcançar suas metas”, declarou. Na reunião, também foi discutida a possibilidade de avançar no turismo. Segundo os participantes, o Paraná e Hunan têm potencial para crescer no setor, pois ambos possuem atrativos que podem garantir investimentos. Entre os segmentos que podem ser beneficiados pelo possível intercâmbio, está o de plantas medicinais. Pessuti revelou que o setor já é incentivado pelo Governo do Estado, através da assistência técnica da Emater-Pr. Diante dessa informação, Lin lembrou que Hunan abastece grande parte do mercado de produtos fitoterapêuticos, usados na medicina tradicional chinesa. No final do encontro, Lin demonstrou interesse em receber, na China, uma delegação do Paraná, formada pelo vice-governador, técnicos e produtores paranaenses. Seria mais uma oportunidade para firmar uma cooperação técnico-econômica entre os dois governos. Hunan – Localizada na região centro-sul da China, Hunan destaca-se pela beleza natural. A leste, oeste e sul, a província é cercada por montanhas. Ao norte, é cortada pelo Rio Yangtze. Há milhares de anos, Hunan é considerada o principal centro da agricultura chinesa. Destaca-se na produção de arroz, citrus e chá. É o maior produtor de arroz híbrido da China. Responde por quase 50% do produto consumido naquele país. A produtividade do arroz é de 12 mil quilos por hectare. O alimento é cultivado em áreas inundadas. Mas já estão em andamento pesquisas para o cultivo do arroz em áreas secas, sendo experimentadas variedades cultivadas no Brasil. A província possui 2 milhões e 200 hectares plantados com citrus.Também, destaca-se na suinocultura. A produção de suínos é voltada para os mercados interno e externo, principalmente, Hong Kong. Hunan possui uma território de 210 mil quilômetros quadrados. A população é de 67 milhões de habitantes. Com um pouco mais de 199 mil quilômetros quadrados, o Paraná possui quase 10 milhões de habitantes.

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