“Cenas de Óperas” mostra talento brasileiro conduzido por maestro do Teatro Scala de Milão

O concerto “Cenas de Óperas” - composto pelo Barbeiro de Sevilha e Bodas de Fígaro - que será apresentado neste domingo (10), às 10h30h, no Guairão, em homenagem ao “Dia das Mães”, é uma experiência didática do projeto “Tela Lírica (Master Class)”
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08/05/2009 - 11:12
Editoria
O concerto “Cenas de Óperas” - composto pelo Barbeiro de Sevilha e Bodas de Fígaro - que será apresentado neste domingo (10), às 10h30h, no Guairão, em homenagem ao “Dia das Mães”, é uma experiência didática do projeto “Tela Lírica (Master Class)”, desenvolvido pelo Centro Cultural Teatro Guaíra, com jovens talentos brasileiros. Uma experiência proposta por intermédio do módulo “Arte Cênica e Interpretação” ministrado por dois importantes nomes do cenário mundial na música lírica, o maestro Massimiliano Carraro, do Teatro Scala de Milão, e a diretora de produção da I'Opéra de Monte-Carlo, Patrícia Panton. Na opinião do maestro italiano, o Brasil tem um potencial muito grande para música lírica. “Os cantores são bons”, diz ele, mas faz a ressalva de que a ópera lírica é um campo profissional muito difícil, que exige estudo e dedicação. “Na ópera atuamos com diversos profissionais, cantores, maestro, músicos, figurinistas, entre outros, que devem criar uma perfeita harmonia entre si, para resultar num espetáculo de qualidade”, explica. “Não adianta ensinarmos ao jovem cantor lírico, apenas as técnicas vocais. Ele necessita da experiência em cena atuando com todo este conjunto de segmentos profissionais”, recomenda Carraro, que é também professor de música de câmara na Academia de Formação do Teatro Scala, em Milão, na Itália. O maestro explica que a ópera nasceu como um projeto social, musical e político na Europa, especialmente na Itália, na mudança para o Iluminismo, quando acontecia a explosão da burguesia sobrepondo-se à aristocracia européia. Para a cantora lírica argentina Rossana Schiavi, que protagoniza a mãe de Fígaro, Marcelline, na ópera, aprender canto lírico com um ícone do Teatro Scala de Milão, não acontece todo o dia. A cantora viajou da Argentina ao Brasil, especialmente para participar deste módulo e viver a experiência em cena. Rossana considera o projeto uma proposta única na Ámerica do Sul, para o desenvolvimento de cantores líricos e diz, que apesar do custo alto para ela – as viagens entre Argentina e Brasil – faz questão de participar da totalidade do projeto em quase todos os módulos programados. Cenas de Óperas - O programa inclui a “Ouverture, de Bodas de Fígaro”, de Mozart e as árias do 2º ato: “Scena I N° 11 (Cavatina CONTESSA) “Porgi amor”; N° 12 “Aria di (CHERUBINO) “Voi che sapete”; N° 13 “Aria di SUSANNA” “Venite, inginocchiatevi”; N° 14 (Terzetto CONTE, CONTESSA, SUSANNA); N° 15 (Scena IV Duettino SUSANNA-CHERUBINO) e N° 16 (FINALE) (Susanna, Contessa, Marcellina, Basilio, Bartolo, Conte, Figaro) e o 4º ato: N° 27 (Aria FIGARO) “Aprite un po’ quegl’occhi” e N° 29 (FINALE). A ópera “O Barbeiro de Sevilha”, de Rossini, também inicia com “Ouverture”, em seguida serão apresentadas as árias do 1º Ato (Cavatina CONTE) “Ecco ridente in cielo”; (Cavatina di FIGARO) “Largo al factotum”; Duetto (FIGARO-CONTE) “All’idea di quel metallo”; (Cavatina ROSINA) (Soprano); Aria di BASILIO “La calunnia”; Aria di BERTA do 2° Ato) “Il vecchiotto cerca noglie”; Quintetto (nel FINALE I) da: “Ehi di casa... buona gente...” ; “Ecco qua sempre un’istoria!” escluso!; Stretta finale da: “Mi par d’esser con la testa” al Fine atto primo. Os solistas e seus personagens nas árias de “Barbeiro de Sevilha”, de Rossini são: Conde: Flavio Leite (RS), Bartolo: Robson Tavares (SP), Paulo Barato (PR), Rosina: Carla Domingues (RS), Figaro: Sergio dos Santos (RS), Basilio: Paulo Barato (PR), Fiorello: Claudio Di Biaggi (PR), Berta: Luciane Bottoma (RS). Em “Bodas de Fígaro”, de Mozart: Conde: Sergio dos Santos (RS), Condessa: Patrica Mello (GO), Susanna: Claudia Azevedo (RS), Figaro: Robson Tavares (SP), Cherubino: Penelope White das Graças (PR), Marcellina: Rosana Schiavi (Argentina), Bartolo: Claudio De Biaggi (PR), Basilio: Giovanni Tristacci (RS), Don Curzio: Carlos Eduardo (PR), Barbarina: Rafaela Fernandes (PR), Antonio: Paulo Barato (PR). O “Barbeiro de Sevilha”, de Gioachino Rossini, escrita em 1816, conta a história de Fígaro, um barbeiro que faz de tudo em sua cidade - arranja casamentos, ouve confissões e espalha notícias. Tudo começa quando o Conde Almaviva resolve fazer uma serenata para sua amada Rosina. Ele contrata um grupo de músicos para acompanhá-lo. Mas Rosina não aparece. Ela é protegida de um velho médico, Dr. Bartolo, que também quer se casar com ela. Muito ciumento, ele a mantém confinada em casa, vigiada pelos seus empregados, Bertha e Ambrosio. É durante essa serenata que o Conde conhece Fígaro. Os dois elaboram um plano para que Almaviva (ou Lindoro) consiga se encontrar com Rosina. A idéia é que o Conde entre na casa da moça, disfarçado de soldado, bêbado e pedindo abrigo. O plano falha, pois o médico Bartolo diz ter um documento que o isenta de acolher soldados e, com a chegada da polícia, o encontro termina numa divertida discussão. O Conde Almaviva não desiste e em uma nova tentativa troca o nome para Don Alonzo e diz ser o substituto de Don Basílio, o professor de música de Dr. Bartolo, que estaria doente. Mais uma vez o plano de Fígaro e Almaviva não se concretiza: a trama é descoberta e o médico combina com Don Basílio de casar-se imediatamente com Rosina para evitar o assédio do Conde, que já prepara novas armações. A estreia da ópera aconteceu em 20 de fevereiro de 1816 e foi um dos maiores fracassos entre os espectadores do teatro lírico, no entanto o sucesso surgiu logo em seguida permanecendo até os nossos dias. Inicialmente, Rossini havia escrito uma pequena abertura, inspirado em temas espanhóis propostos pelo tenor Garcia, criador do papel Almaviva. Esta abertura foi perdida. Para substitui-la, Rossini retomou uma outra composição anterior, que serviria de abertura á Elisabetta, Regina d’Inglaterra, tomada de empréstimo a uma de suas óperas menos conhecida – Aureliano in Palmira - porem com uma orquestração mais elaborada. Como a maioria das aberturas de Rossini, começa com um breve movimento lento, antes do Allegro, que está escrito na forma sonata sem desenvolvimento e cada parte é composta por dois temas. A segunda obra do concerto, “As Bodas de Fígaro (Le Nozze di Figaro)”, de Mozart, foi escrita sobre libreto de Lorenzo da Ponte, com base na peça homônima de Pierre Augustin Caron de Beaumarchais (Le Marriage de Figaro). Beaumarchais escreveu três comédias inter-ralacionadas – “O Barbeiro de Sevilha”, “Bodas de Fígaro” e “A mãe Culpada” - que traziam flagrantes morais e escandalos da nobreza. Mozart, optou por esta obra tendo em vista que Paisiello já havia escrito sobre o tema do “O Barbeiro de Seviglia”. Mozart escreveu “Le Nozze” entre 1785 e 1786, que teve sua estreia em Viena em 1º de maio de 1786. Diz-se que Mozart teve problemas com a censura por conta das sátiras de certos costumes da nobreza. A ação desenrola-se no Castelo do Conde de Almaviva, e de sua esposa, a condessa Rosina, em algum lugar perto de Sevilha, no ano de 1785. Fígaro e Susanna, servos do Conde e da Condessa Almaviva, estão noivos e casam em breve. O Conde mantém um longo assédio sexual a Susanna o que a faz duvidar que este venha a cumprir a sua promessa de abolir o tão odiado Direito do Senhor, que estabelecia a prerrogativa de se deitar com a serva antes de a entregar ao futuro marido. Toda a trama original e a ópera têm sua ação resumida em um único dia, justamente o dia das bodas. Serviço: Ingressos: Antecipado - R$20,00 (plateia) e R$10,00 (1º e 2º Balcões), no dia do concerto - R$30,00 (plateia) e R$20,00 (1o. e 2o. Balcões). Desconto de 50% para portadores do Cartão Teatro Guaíra e Carteirinha do Professor.

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