Cateter desenvolvido pelo Hospital Erasto Gaertner obtém registro da Anvisa

Fabricados em titânio e pesando apenas 20 gramas, os cateteres surgem para substituir as punções freqüentes dos vasos sangüíneos usadas no tratamento convencional contra o câncer
Publicação
18/05/2007 - 15:17
Os pacientes do SUS – Sistema Único de Saúde - em tratamento contra o câncer, terão acesso em breve a uma tecnologia de ponta que permite maior conforto durante o transporte de medicamentos e de nutrientes necessários ao organismo. Isto será possível porque o Instituto de Bioengenharia (IBEG), do Hospital Erasto Gaertner, obteve neste mês o registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que permite a comercialização dos cateteres para quimioterapia, projeto desenvolvido com apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Fabricados em titânio e pesando apenas 20 gramas, os cateteres surgem para substituir as punções freqüentes dos vasos sangüíneos usadas no tratamento convencional, tanto em adultos quanto em crianças, segundo o engenheiro mecânico do IBEG, Ricardo Teixeira. Com um desenho anatômico em forma de gota, os cateteres exigem incisões menores e podem ficar alojados no corpo humano por até dois anos. “Essa tecnologia estará disponível ainda em 2007, a um preço bem inferior ao praticado pelo mercado”, informa. Atualmente, no Brasil, esse tipo de material, importado, é encontrado por R$ 700,00 até R$ 2.000,00, dificultando o tratamento nas instituições públicas. O IBEG pretende inicialmente produzir cerca de mil kits contendo um reservatório em titânio, uma pequena mangueira em silicone e alguns instrumentos para cirurgia. Conforme ainda o engenheiro mecânico, graças aos dois centros de usinagem adquiridos com recursos do Fundo Paraná, administrado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, no valor de R$ 500 mil, outros dois produtos estão em andamento e deverão estar concluídos dentro de quatro meses, aproximadamente. O objetivo é utilizar próteses e “fixadores” externos em cirurgias ortopédicas, em hospitais do Paraná com grande demanda de atendimento nessa área. O projeto “Desenvolvimento e incorporação de novas tecnologias para elevar a qualidade do processo produtivo de materiais biomédicos”, foi apresentado à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior em 2004, pela Liga Paranaense de Combate ao Câncer, mantenedora do Hospital Erasto Gaertner, IBEG e Rede Feminina de Combate ao Câncer. Além dos centros de usinagem adquiridos com recursos do Fundo Paraná, para fabricação dos cateteres, o IBEG também pôde readequar as suas instalações físicas com base nas normas exigidas pela Avisa.