O catálogo com documentos referentes aos africanos e descendentes que viveram no Paraná no final do século XIX, lançado no início deste mês pelo Departamento de Arquivo Público do Estado (Deap), vem se consolidando como referência entre os pesquisadores quando o assunto é escravidão. Tanto que, nesta sexta-feira (28), a historiadora Bruna Marina Portela, uma das técnicas do Deap que elaboraram a publicação, vai participar de um evento em Porto Alegre para apresentar detalhes da compilação. Bruna Portela será uma das integrantes de uma mesa redonda sobre fontes de pesquisa para a história da escravidão na região sul do país. O debate fará parte da programação do II Encontro Escravidão e Liberdade no Brasil Meridional, que começou quarta-feira (26) e termina sexta-feira, na capital gaúcha. “A idéia é falar de como foi o trabalho de elaboração do catálogo e abordar um pouco do que tratam os documentos que fazem parte dele”, conta a historiadora. Para Bruna, a oportunidade de explicar ao público do evento detalhes do catálogo contribui para divulgar o acervo do Arquivo Público paranaense e, principalmente, para fomentar pesquisas sobre o negro. A publicação, cujo nome oficial é Catálogo Seletivo de Documentos Referentes aos Africanos e Afrodescendentes Livres e Escravos, reúne 1.104 documentos oficiais (comunicados, memorando, decisões e outros atos), dos anos de 1853 a 1891. É resultado de uma parceria entre o Deap (vinculado à Secretaria de Estado da Administração e da Previdência), secretarias de Cultura e de Assuntos Estratégicos, Imprensa Oficial, Associação Amigos do Arquivo Público e Universidade Tuiuti.