Carta de Campo Mourão alerta para necessidade de conservação de solos

Em evento realizado em Campo Mourão, durante Seminário Estadual de Uso, Manejo e Conservação de Solos e Água, foi divulgada a Carta de Campo Mourão que propõe ações concretas para a preservação do solo e da água em todo o Estado
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06/10/2010 - 14:50
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A Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná alerta os futuros governos federal, estadual e municipais para a necessidade de dar prioridade como política pública a conservação de solos em todo o Estado, para reverter o cenário de redução das práticas de conservação de solos visível em todo o Paraná. Na avaliação do secretário Erikson Camargo Chandoha, essa situação está gerando prejuízo incalculável para a produção agrícola do Estado.
Em evento realizado em Campo Mourão, durante a realização do Seminário Estadual de Uso, Manejo e Conservação de Solos e Água, foi divulgada a Carta de Campo Mourão que propõe ações concretas para a preservação do solo e da água em todo o Estado.
Segundo Chandoha, a carta lançou o desafio de envolver o agronegócio paranaense, representado por instituições e empresas do setor público e privado, Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea/PR), prefeituras, instituições de pesquisa, ensino e extensão, cooperativas, federação de agricultores e associações profissionais, para atuar de forma integrada no desenvolvimento de ações políticas e técnicas concretas que possam assegurar a manutenção ou a melhoria dos recursos naturais no estado do Paraná.
A carta destaca a seguinte realidade:
1- A erosão hídrica do solo, a qual já representou um grande flagelo econômico, social e ambiental para o estado do Paraná vem recrudescendo nos últimos anos.
2- No passado, devido a ações integradas e conjuntas realizadas com a participação da comunidade organizada envolvida com o agronegócio, a erosão foi reduzida a níveis mínimos em todo o Estado e nos tornamos exemplo para o mundo.
3- A erosão do solo representa um prejuízo grave para a economia do agronegócio e para toda a sociedade paranaense, uma vez que atinge a economia e o ambiente, e, por conseguinte, o componente social.
4- O poder público possui a responsabilidade constitucional de promover, organizar e executar ações em prol da proteção e conservação do ambiente e dos meios de produção, ocupando sua função legal e protagônica na sociedade
5-As organizações privadas envolvidas com o agronegócio estão preocupadas com a situação e manifestam o seu firme desejo de participar e contribuir em futuras ações que revertam novamente o quadro atual.
Durante o seminário, foi assinada uma resolução da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento que normatiza os procedimentos de conservação de solos que devem ser adotados pelo produtor paranaense. Ela dá uma base para os trabalhos de fiscalização do uso do solo agrícola e determina que os produtores que fazem o plantio direto não podem desativar a prática das técnicas de terraceamento, como já está acontecendo em algumas regiões.
A resolução tem como respaldo a nota técnica do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) sobre o controle da erosão. A nota diz que o controle é mais eficiente quando o plantio direto está associado à técnica do terraceamento. As duas técnicas aliadas vão evitar e diminuir o processo de erosão que está voltando ao Estado, motivo de preocupação na Seab.
Recentemente, o que se constata é que os produtores estão abandonando a técnica do terraceamento para ampliar a área de plantio direto, o que é uma visão equivocada de conservação, disse o secretário. Segundo ele, o plantio direto é uma das técnicas de conservação de solos, mas para que o resultado seja eficiente as técnicas tem que ser adotadas em conjunto, explicou.
Maiores informações sobre a Carta de Campo Mourão encontram-se disponíveis no site da Secretaria da Agricultura www.seab.pr.gov.br.

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