Campanha pela redução da jornada de trabalho reúne 77 mil assinaturas no Paraná

Em todo o Brasil cerca de 1,5 milhão de pessoas participaram do abaixo-assinado reivindicando a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. O Paraná foi o primeiro estado do país a adotar a campanha
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11/06/2008 - 17:00
Editoria
A campanha para a redução da jornada de trabalho já reuniu mais de 77 mil assinaturas no Paraná. Em todo o Brasil foram 1,5 milhão de assinantes. As principais centrais sindicais - entre elas CUT, UGT, CFT, CTB e Força Sindical - coletaram assinaturas entre fevereiro e junho deste ano com o objetivo de diminuir a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial. Com 1,5 milhão de assinaturas, a Proposta de Emenda Constitucional que prevê a redução da jornada pode se tornar uma lei de iniciativa popular, e assim não precisará tramitar nas comissões do Congresso Nacional para entrar em vigor. Dirigentes e militantes do movimento sindical entregaram ao Congresso Nacional o abaixo-assinado com as assinaturas. O documento foi entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Arlindo Chinaglia. O Paraná foi o primeiro Estado do Brasil a apoiar a Campanha pela Redução da Jornada de Trabalho. O governador Roberto Requião e o secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social Nelson Garcia, assinaram o documento nos primeiros meses da campanha. “A Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social participou ativamente da campanha e recolheu 3.356 assinaturas”, destacou o secretário. Segundo uma pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais deve gerar 2,2 milhões de novos empregos. Para Garcia, a medida deve beneficiar a economia brasileira, já que contribui para a criação de empregos, além de melhorar a qualidade de vida do trabalhador. “Com menos tempo de trabalho, a taxa de doenças ocasionadas pelo esforço repetitivo deve diminuir, além de proporcionar ao trabalhador mais tempo para a qualificação profissional e a preocupação com a família”, afirmou. SAÚDE - Uma pesquisa realizada pelo governo de Barcelona indicou que o excesso de horas de trabalho tem conseqüências para a saúde física e mental, como ansiedade, depressão e problemas cardíacos. Segundo o resultado do estudo, uma jornada de trabalho acima de 40 horas por semana afeta principalmente a saúde das mulheres. Os homens sofrem principalmente por meio de distúrbios no sono, já as mulheres mostram mais sintomas como hipertensão, ansiedade e aumento de probabilidade de fumar. O secretário lembrou também que a redução da jornada e, consequentemente, a diminuição do número de doenças e acidentes relacionados com o trabalho, não resulta apenas em melhoria das condições de vida da população. É também uma forma de diminuir os gastos do estado com a previdência social.