Bombeiros alertam para perigos na hora de enfrentar o frio

Além da intoxicação por monóxido de carbono, incêndios domésticos são comuns nessa época do ano
Publicação
10/07/2004 - 00:00
O anúncio de que as temperaturas deverão sofrer um queda brusca na região Sul a partir deste fim de semana, preocupa o Corpo de Bombeiros da Polícia Militar. De acordo com o tenente Eduardo Gomes Pinheiro, oficial de Relações Públicas, a busca por meios para se aquecer e enfrentar o frio faz com que as pessoas se exponham, mesmo inconscientemente, a situações de perigo. Um dos problemas que se tornam comuns e geram dezenas de ocorrências nesta época do ano é a intoxicação por monóxido de carbono. “O risco vai desde incêndios até a morte”, afirma o tenente. Este ano, segundo ele, quando as temperaturas baixaram bruscamente, em apenas dois dias quatro pessoas precisaram de atendimento, após terem sido vítimas de intoxicação pelo gás, em Curitiba. Duas delas morreram. Nos últimos cinco anos, o monóxido de carbono causou a morte de 28 pessoas na capital e região metropolitana. O tenente destaca que o monóxido de carbono é apenas um dos inimigos “invisíveis”. “O posicionamento incorreto de um aquecedor elétrico, perto de cortinas, roupas ou outros materiais também é perigoso”, lembra. Segundo Pinheiro, o uso de latinhas com álcool e até mesmo carvão, dentro de casa, representa risco tanto de incêndio, quanto de intoxicação. “O monóxido de carbono, fruto da queima do oxigênio, é inodoro e incolor, que mata lentamente, depois de deixar a vítima inconsciente”, destaca. Aquecedores a gás, mal regulados e instalados em locais sem adequada ventilação são responsáveis por inúmeros casos de intoxicação. Da mesma forma, diz o oficial, o vazamento de gás de cozinha deve ser prevenido. “Geralmente as pessoas não fazem muita questão de instalar o botijão do lado externo das residências. Do lado de fora, eventuais vazamentos são dissipados com mais facilidade pelo ar. Dentro de casa, o gás se concentra quase no nível do solo, trazendo o risco de explosões”, explica. Descaso – Ainda em relação ao gás de cozinha, o tenente Pinheiro diz que muitos prédios e condomínios permitem que os donos de apartamentos armazenem quantos botijões quiserem dentro das áreas de serviço. “São verdadeiras bombas dentro de casa”, ressalta. Além disso, a falta de manutenção das mangueiras que levam o gás do botijão ao queimador dos fogões, representa um risco a mais. “Sabemos que as pessoas tentam impedir possíveis vazamentos com o uso de sabão em pedra. Prática que não é certa”. O tenente Pinheiro lembra que o sabão resseca rapidamente, e, se há um vazamento, o gás voltará a escapar, gerando a possibilidade de explosão. “Outro cuidado que a dona-de-casa deve ter é com a distância da mangueira que passa atrás do fogão, que pode ser aquecida com o uso do forno e, até, derreter. O vazamento pode ser percebido apenas tarde demais”, constata. Box: Dicas para aumentar sua segurança: · mantenha sempre os aquecedores elétricos distantes de qualquer material combustível (cortinas, papéis, cobertores, roupas); · instale seu botijão de gás do lado externo, em condomínios deve existir uma central de gás (GLP); · observe a validade da mangueira do fogão, se ela estiver vencida, substitua-a imediatamente, não permita que ela toque ou fique muito próxima do fogão; · verifique as conexões e, em caso de vazamento, acione a assistência técnica da empresa que envasou o gás, não utilize, improvisos quando sua vida está em jogo; · solicite uma revisão do seu aquecedor à gás quanto ao funcionamento e, principalmente, quanto à instalação referente à ventilação dos equipamentos. · Em caso de emergência acione imediatamente o Corpo de Bombeiros, em Curitiba, pelo telefone 190 e nos demais municípios do Paraná pelo tradicional telefone 193.