Bombeiro Comunitário completa um ano de implantação

Projeto do governo do Estado para atender cidades com mais de 20 mil habitantes e será expandido para mais 46 municípios
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20/09/2005 - 18:23
Editoria
O projeto Bombeiro Comunitário completou nesta terça-feira (20) um ano de instalação no Estado. A data foi lembrada na unidade de Campina Grande do Sul, uma das quatro cidades piloto. O posto recebeu o nome do tenente-coronel João Carlos Pinkner, oficial do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar do Paraná. Familiares do oficial acompanharam o descerramento da placa com seu nome, juntamente com autoridades municipais e com o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Mario Yoshio Wako. “O Bombeiro Comunitário de Campina Grande do Sul já é referência para outros municípios. Os profissionais que atuam aqui são preparados para dar o primeiro atendimento aos casos de incêndio e o trabalho deles tem sido reconhecido pela comunidade”, disse o coronel Wako. O bombeiro comunitário foi idealizado pelo major Anselmo José de Oliveira, chefe da Casa Militar e é instalado com participação do Estado e do município. Hoje, o Bombeiro Comunitário está instalado em Campina Grande do Sul, Prudentópolis, Pitanga e Lapa e será ampliado para mais 46 municípios até meados do ano que vem, conforme anunciado pelo governador Roberto Requião. O trabalho é pioneiro e tem o objetivo de atender a cidades com mais de 20 mil habitantes que ainda não possuam sede do Corpo de Bombeiros. “Sabíamos que esta parceria tinha todas as condições de dar certo”, complementou a prefeita da cidade, Nelise Cristiane Dalprá. “A estrutura para montar um Corpo de Bombeiros Militar é muito cara e, em muitas cidades, a demanda é tão pequena que não compensa o custo, então resolvemos criar esta alternativa”, explicou o chefe da Casa Militar. A função do Bombeiro Comunitário é o combate a incêndios e realizar o trabalho de defesa civil. “Eles estão preparados para atender casos de alagamento, vendavais, chuvas de pedra que acabam destruindo e colocando em risco a vida de pessoas”, contou. Neste novo sistema, o Estado entrega um caminhão de combate a incêndios, com capacidade de cinco mil litros de água e equipamentos básicos de combate a incêndio, além de rádio de comunicação e treinamento. Os bombeiros comunitários também recebem qualificação periódica e acompanhamento permanente das atividades. A prefeitura local se responsabiliza pela sede e arca com as despesas mensais da infra-estrutura. Campina Grande do Sul – Em Campina Grande do Sul, município da região metropolitana de Curitiba, o Bombeiro Comunitário funciona atende também a cidade vizinha de Quatro Barras. A prefeitura montou a estrutura física e o Estado entregou um caminhão de combate a incêndios e uma ambulância da Secretaria da Saúde. “Em casos de acidentes prestamos o primeiro atendimento, isolando a área e dando socorro a vítimas sem ferimentos graves, até que o atendimento de Curitiba chegue para dar reforço”, contou o coordenador de treinamento do Bombeiro Comunitário da cidade, sargento Armando Henrique B. Figueiredo. Figueiredo é sargento aposentado do Corpo de Bombeiros e foi contratado pela prefeitura de Campina Grande do Sul para promover treinamentos periódicos com a equipe do município, além de acompanhar cada ação desenvolvida por eles. “São profissionais responsáveis e capacitados para a atividade que exercem”, comentou Figueiredo. O Bombeiro Comunitário da cidade já fez mais de 200 atendimentos a incêndio este ano. Só em 2004, foram 72 atendimentos desde setembro, quando foi inaugurado. Ronaldo Dalprá, 25 anos, trabalhava no IML da cidade havia três anos, quando foi chamado para fazer parte do Bombeiro Comunitário. “Gosto bastante de trabalhar aqui, salvando pessoas e cuidando da mata da região, onde existem incêndios com freqüência”, explicou. Daniel Luciano Luvizotto, 27, também era funcionário da prefeitura e trabalhava como vigia quando foi chamado. “Eu já tinha a intenção de trabalhar aqui e o convite me deixou muito satisfeito”, disse. Bombeiros – Os agentes de defesa civil que fazem parte do programa Bombeiro Comunitário são funcionários da prefeitura que foram escolhidos por comprometimento com o trabalho para exercerem a nova função. Estes funcionários ficam em tempo integral na sede da unidade. Para começar a trabalhar, eles recebem um treinamento de três dias na Academia Policial Militar do Guatupê. Posteriormente, voltam para suas sedes, onde recebem mais cinco dias de treinamento. “Após isto, fazemos acompanhamento do desempenho e treinamentos periódicos”, complementou. A diferença entre o trabalho de um agente de defesa civil e um bombeiro militar é a abrangência das atividades. Os bombeiros comunitários trabalham exclusivamente em combates a incêndios e ações de defesa civil. Os bombeiros militares têm uma ação mais abrangente. Além do combate a incêndios e o trabalho de defesa civil, eles fazem vistorias preventivas e técnicas em estabelecimentos comerciais, resgate, salvamento, mergulho e atendimento pré-hospitalar. “Apesar de a ação ser mais restrita, eles estão perfeitamente preparados para a função que lhes foi delegada. Eles têm atendido muitos casos de incêndio com sucesso”, disse Figueiredo.

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