Biodiesel é discutido como alternativa para diversificação de cadeias produtivas no sudoeste paranaense

Participantes conheceram unidades experimentais de cultivares de canola, crambe, nabo e cártamo e tratores abastecidos com biodiesel
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14/10/2010 - 11:50
Editoria

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Graças à presença de várias cooperativas agrícolas de cunho familiar, a região sudoeste do Paraná vem ganhando destaque no mercado de espécies oleaginosas para produção de biodiesel. Tanto assim que, em 21 de julho, o Ministério do Desenvolvimento Agrário discutiu com representantes da região a criação do Polo de Biodiesel do Sudoeste Paranaense.
Por este motivo foi organizado um Curso sobre a Cadeia Produtiva do Biodiesel, nos dias 6 e 7 de outubro, na Unidade Regional do Iapar em Pato Branco. O treinamento contou com profissionais ligados à área de biocombustíveis do Instituto Agronômico do Paraná, do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural, da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná e do Instituto de Tecnologia do Paraná.
Os conteúdos, trabalhados em palestras e práticas a campo, contaram com a participação de um público total de mais de 100 pessoas, entre agricultores, estudantes de ciências agrárias e outros profissionais do setor rural. Os participantes conhceram unidades experimentais de cultivares de canola, crambe, nabo e cártamo, e dinâmicas a campo de tratores abastecidos com biodiesel.
Nas palestras houve a apresentação do Programa Estadual de Bioenergia por Richardson de Souza, da Seab, do mercado de biodiesel por Celso Daniel Cerato, da Emater, e das plantas com potencial para produção de óleo para biodiesel pelo pesquisador José Salvador Simoneti Foloni, do Iapar.
Foram ministradas palestras demonstrando a importância do tema para a região, bem como os esforços das diferentes instituições estaduais ligadas ao setor, fomentando um rico debate entre agricultores e pesquisadores com objetivos comuns.
O pesquisador José Salvador Foloni destacou a importância da iniciativa das instituições no desenvolvimento de tecnologias para as diferentes regiões do Paraná e da receptividade dos agricultores.
Na parte da tarde organizaram-se duas práticas: apresentação dos ensaios do Iapar com as diferentes espécies oleaginosas com potencial para produção de Biodiesel na região sudoeste, conduzidos na estação experimental do Instituto em Pato Branco, e demonstração do uso de biodiesel em tratores, com a participação do professor José Carlos Laurindo, do Tecpar.
O Iapar desenvolve várias linhas de pesquisas voltadas a tecnologias adaptadas à agricultura familiar, dentro da cadeia produtiva do biodiesel. Entre elas, o órgão é responsável pela definição de espécies oleaginosas e de tecnologias de cultivos para diferentes condições de clima e solo do Paraná; pela avaliação dos equipamentos de extração de óleos vegetais por meio de prensagem a frio; avaliação do uso de co-produtos do esmagamento de oleaginosas (torta para ração e/ou adubo); e promoção de estudos sócio-econômicos sobre a inclusão da agricultura familiar na cadeia produtiva do biodiesel.
A base inicial para a produção do biodiesel tem sido a soja, mas os estudos buscam alternativas com foco nas culturas que têm zoneamento já publicado pelo Mapa, como girassol, amendoim, mamona e canola. Outras oleaginosas potenciais que estão em estudo são o nabo forrageiro, crambe, cártamo, pinhão manso, tungue e macaúba.
O evento teve como apoiadores o Ministério do Desenvolvimento Agrário, a Emater e o Iapar com a colaboração de Alceu Luiz Assmann, José Nilton Sanguanini, Eloir Myszka e Henrique Von Hertwig Bittencourt.