Biocontrole natural de pragas da
agricultura é tema de curso no Tecpar

Controle biológico natural de pragas contribui para reduzir a utilização de pesticidas protegendo a biodiversidade, a água e o solo
Publicação
21/07/2010 - 15:28
Editoria
O controle biológico das pragas na lavoura de cana-de-açúcar foi tema de curso promovido pelo Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), em Jacarezinho, este mês. Os participantes conhecerem os laboratórios da Biofábrica, onde é produzida a Cotesia flavipes, vespa utilizada no controle da lagarta da broca da cana, que aponta uma redução de até 70% nas perdas dessa cultura.
O curso foi ministrado pelo engenheiro do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) Carlos Alexandre Almenida. Além dos funcionários da unidade, participaram do curso trabalhadores envolvidos no cultivo da cana, alunos do campus Bandeirantes da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) e funcionários da usina de açúcar e álcool Dacalda e da Companhia Agrícola Usina Jacarezinho.
Em setembro está previsto mais um curso sobre o controle de cigarrinhas, voltado aos produtores rurais do Estado e a alunos e professores que desenvolvem pesquisas na área de produção de biocontroles naturais. No próximo encontro, Almeida mostrará a alternativa para controlar essa praga que, com a proibição da queimada da cana-de-açúcar, estão se alastrando no campo e trazendo sérios problemas às plantações dos estados de São Paulo e Paraná.
BIOFÁBRICA - Inaugurada pelo Tecpar, órgão vinculado à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), no dia 24 de setembro de 2009, a Biofábrica está localizada em Jacarezinho, no norte do Paraná. No local são realizados trabalhos voltados ao desenvolvimento da agricultura familiar, com ênfase no controle biológico de pragas que infestam as lavouras dos principais cultivos do Estado.
A Biofábrica produz inimigos naturais das pragas, o que contribui para a redução de práticas agrícolas agressivas e muitas vezes químicas utilizadas no controle desses agentes prejudiciais às plantações. O método natural tem ainda a vantagem de proteger a biodiversidade, não deixando resíduos tóxicos em alimentos, na água e no solo, além de aumentar o lucro do produtor, pois é mais barato que os agrotóxicos.
O primeiro agente natural produzido na unidade com o apoio da Seti e uma parceria firmada com a Universidade Estadual do Norte Pioneiro (Uenp) foi a vespa Cotesia flavipes, que é utilizada no controle da lagarta da broca da cana (larva de borboleta), praga que ataca as plantações de cana-de-açúcar, considerada o principal produto da região.