Balanço de 2005 da Copel aponta lucro recorde de R$ 502,4 milhões

Depois de sair de um prejuízo de R$ 320 milhões em 2002, a maior empresa do Paraná acumulou nos últimos três anos lucros superiores a R$ 1 bilhão, investindo no social e praticando a menor tarifa do país
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27/03/2006 - 23:28
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A Copel teve em 2005 o maior lucro líquido da sua história, fechando o ano com um saldo positivo de R$ 502,4 milhões – resultado 34% superior aos R$ 374,2 milhões apurados no exercício anterior. O resultado foi considerado “bastante expressivo” pelo presidente da Companhia, Rubens Ghilardi, que vê nesses números “uma demonstração muito clara de que a estatal vem se recuperando dos equívocos praticados durante a tentativa de privatização, além de haver superado os problemas originados pelos contratos lesivos de compra de energia firmados na gestão anterior”. Ghilardi também destacou que, nos três anos do governo Roberto Requião, a Copel saiu de um prejuízo, em 2002, de R$ 320 milhões, acumulando nos anos seguintes lucros superiores a R$ 1 bilhão: R$ 171 milhões em 2003, R$ 374 milhões em 2004 e R$ 502,4 milhões em 2005. “Tudo isso transferindo outro tanto para a sociedade, sob a forma de descontos na conta de luz para pagadores pontuais, e praticando as menores tarifas entre as concessionárias de seu porte no Brasil”, destaca o presidente. “Para uma empresa que estava sucateada, esvaziada e fadada a falir ainda em 2003, os resultados da Copel são extraordinários”, avaliou ainda Ghilardi. “A Copel foi salva graças às medidas ordenadas pelo governador Requião e voltou a ser viável economicamente, o que é bom para o investidor, eficiente tecnicamente, que é bom para o consumidor, e útil socialmente, que é bom para todos, principalmente para os mais carentes”, completou. Solidez - Segundo Ghilardi, “os números do balanço da Copel revelam uma empresa sólida e com extraordinárias perspectivas de crescimento no futuro”. Esse juízo vem apoiado em fatos recentes como a solução para as pendências envolvendo a Usina a Gás de Araucária. “O protocolo de intenções para a compra da participação da El Paso no empreendimento e o acordo com a Petrobras que encerra a polêmica em torno do suprimento de gás vão gerar efeitos bastante positivos”. Entre os mais importantes, o presidente citou uma significativa melhoria no risco empresarial da Copel, que vai reduzir os custos de eventuais operações futuras de captação de recursos no mercado. Outra razão de otimismo apontada pelo presidente é o baixo endividamento da estatal, de 37,3% sobre o patrimônio líquido já considerado o balanço da Elejor, que inclui a contabilização de R$ 286,8 milhões em debêntures adquiridas pelo BNDESPar no seu passivo. “A Copel tem boa margem de alavancagem, isto é, dispõe de grande capacidade para captação de recursos no mercado”, ponderou Ghilardi. Crescimento - O balanço da Copel informa que a receita operacional líquida atingiu R$ 4,85 bilhões em 2005, com aumento de 23,6% em relação ao ano anterior. Essa elevação é resultado de um crescimento de 3,6% no consumo de energia associado ao repasse parcial de índices de reajuste autorizados pela Aneel e à queda nos níveis de inadimplência, que em maio de 2003 correspondia a 5,4% da receita e que estava reduzida a 1,8% em dezembro. O Lajida da empresa (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, número bastante considerado pelo mercado) fechou em R$ 1 bilhão 149 milhões, um crescimento de 26,1% sobre o do ano anterior (R$ 910,5 milhões). A rentabilidade sobre o patrimônio líquido chegou a 10,1% ao ano. O lucro operacional (R$ 728 milhões) foi 21,2% maior que o registrado em 2004 enquanto as despesas operacionais – de R$ 4,034 bilhões – cresceram 21,4%. Tal elevação reflete principalmente aumento de 49% no item “energia comprada para revenda”, conseqüência da implantação do sistema de pool que comercializa centralizadamente, em sistema de leilão, toda eletricidade produzida no país. Investimentos - A Copel deu continuidade em 2005 à sua política de investir na melhoria, modernização e ampliação dos setores que interferem mais diretamente na qualidade do serviço prestado aos consumidores. Assim, do total de investimentos de R$ 437,3 milhões, quase 90% (ou R$ 390 milhões) foi destinado às áreas de distribuição (R$ 241,1 milhões) e transmissão de energia (R$ 148,9 milhões). O resultado prático foi uma queda tanto na duração média dos desligamentos por consumidor (13h28 no ano, redução de 4%) quanto na freqüência média dos desligamentos (13,51 vezes, queda de 5%). O restante dos recursos de investimentos contemplou as áreas de telecomunicações com R$ 23,6 milhões, geração com R$ 20,9 milhões e participações com R$ 2,7 milhões. A Elejor e a Compagas, empresas subsidiárias da Copel, investiram durante o ano R$ 225,1 milhões e R$ 9,9 milhões, respectivamente. Para 2006 a Copel tem um programa de investimentos ainda mais encorpado, totalizando R$ 553,1 milhões. Novamente as maiores fatias irão contemplar projetos nos setores de distribuição (com R$ 317,4 milhões) e transmissão (com R$ 176,8 milhões). O setor de telecomunicações terá recursos de R$ 34,9 milhões, o de geração R$ 21,6 milhões e a área de participações, R$ 2,4 milhões. Indicadores - Em 31 de dezembro de 2005, o ativo total da Copel era de R$ 10 bilhões 939 milhões e o patrimônio líquido de R$ 5 bilhões 487,2 milhões (montante 6,8% superior ao registrado em dezembro de 2004). Seu endividamento total chegava a R$ 2 bilhões 44 milhões (dos quais R$ 214,9 milhões de curto prazo, vencíveis no prazo de um ano). Desconsiderando-se a dívida da Elejor, o índice de endividamento sobre o patrimônio líquido da Copel ficaria em 31,4%. Na mesma data, a Companhia atendia a 3.256.584 ligações elétricas em 393 municípios e 1.109 localidades, operando um sistema de distribuição que totalizava 165,5 mil km de linhas e redes (o suficiente para dar quatro voltas em redor da Terra) e 231 subestações (das quais 204 automatizadas, operadas remotamente). O sistema de transmissão, que responde pelo transporte de grandes blocos de energia a longas distâncias, contava 7 mil km de linhas e 127 subestações, todas automatizadas e operadas à distância. O parque gerador próprio da estatal é formado por 18 usinas (17 hidrelétricas) com 4.550 megawatts de potência instalada. O sistema de telecomunicações tem 4.476 km de cabos de fibras ópticas no anel principal e 3.688 km de cabos ópticos nos radiais, que atendem a 146 cidades paranaenses. A Copel tem em seus quadros 7.704 empregados.

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