A Copel fechou o ano de 2004 registrando lucro líquido de R$ 374,1 milhões, pouco mais que o dobro do que foi verificado em 2003 (R$ 171,1 milhões).
Já o Lucro Antes dos Juros, Impostos, Depreciação e Amortização, indicador que é muito considerado no mercado e conhecido pelas siglas Ebitda ou Lajida, totalizou R$ 910,2 milhões, sendo 108% superior ao apresentado no ano anterior, de R$ 437,3 milhões.
O balanço anual da Copel foi registrado na noite de quinta-feira, dia 24, na CVM e trouxe como novidade a inclusão dos resultados contábeis da Companhia Paranaense de Gás – Compagas, sua subsidiária para a distribuição de gás canalizado.
A receita operacional líquida da estatal totalizou R$ 3,93 bilhões, 26,9% mais que no ano anterior, enquanto sua despesa operacional (gastos e encargos diretamente associados à prestação dos serviços) chegou a R$ 3,32 bilhões, variando 12,6% em relação a 2003.
Os números da Copel registram ainda a manutenção da tendência de queda dos índices de inadimplência (contas de luz vencidas e não pagas), cujo importe caiu do equivalente a 5,4% do faturamento (em junho de 2003) para 2,3% ao final de 2004, conseqüência dos descontos sobre as tarifas concedidos aos consumidores pontuais.
Patrimônio - Maior empresa do Paraná, a Copel possuía em 31 de dezembro ativos totais de R$ 9,88 bilhões e patrimônio líquido de R$ 5,14 bilhões, que cresceu 5,7% em comparação com o ano anterior. O endividamento total da estatal, de R$ 1,83 bilhão, é considerado bastante baixo e representava ao final do ano 35,7% de seu patrimônio líquido.
Os investimentos no ano totalizaram R$ 441,5 milhões, contemplando fundamentalmente o segmento de distribuição de energia – o que atende individualmente os consumidores – que absorveu mais da metade do montante (R$ 233,8 milhões). Nas demais atividades, a Copel investiu R$ 88,6 milhões em transmissão, R$ 43,3 milhões em telecomunicações, R$ 20,2 milhões na expansão das redes de gás canalizado por meio da Compagas, R$ 18,3 milhões em geração e R$ 37,3 milhões em participações.
Avaliação - O resultado foi classificado por seu presidente, Rubens Ghilardi, como “muito expressivo” tendo em vista as indefinições institucionais vividas pelo setor elétrico brasileiro durante a maior parte do ano que passou. Internamente, a empresa também precisou se dedicar a solucionar pendências remanescentes das operações, parcerias e contratos herdados da gestão anterior, além de promover ajustes na sua estrutura organizacional para finalizar o processo de reverticalização determinado pelo governador Roberto Requião.
Ghilardi afirmou que “a Copel já voltou aos seus patamares tradicionais de desempenho empresarial, que retratam a coexistência harmoniosa do interesse social e do fomento ao crescimento do Paraná com os resultados econômicos aguardados por seus acionistas”, e traçou uma breve retrospectiva dos últimos anos. “O governador Requião recebeu uma Copel abalada pelo maior prejuízo de sua história, R$ 320 milhões em 2002, e condenada à falência em 2003 por força de compromissos cujo cumprimento iria inviabilizá-la”.
Qualidade - Graças a uma série de medidas que incluiu a renegociação desses contratos onerosos e contrários ao interesse público, a empresa conseguiu manter-se ativa e ainda registrar lucro líquido de R$ 171,1 milhões naquele ano, observou Ghilardi. “Isso nos proporcionou fôlego para iniciar em 2004 a recomposição do nosso sistema elétrico, que se achava em condições bastante precárias e deteriorado pelos muitos anos em que quase nada foi investido por conta da perspectiva de privatização da Companhia”.
O resultado desse esforço foi a sensível melhoria na qualidade dos serviços prestados ao público, que é medida por dois indicadores: a freqüência média de desligamentos no ano por consumidor (que caiu de 16,54 para 14,18 vezes) e a duração média total do tempo sem eletricidade (reduzida de 18h53 para 14h02).