O presidente da Ferroeste, Neuroci Antonio Frizzo, ao fazer um balanço do programa de recuperação da empresa, implementado pela atual diretoria, ressaltou que foram tomadas “todas as medidas possíveis para sanar a grave crise financeira e operacional que envolvia a Ferroeste”. Quando Frizzo assumiu, em 14 de julho, a empresa devia em torno de R$ 9 milhões. Parte desta dívida já foi paga e outra parte parcelada sem juros. “Vamos entregar uma companhia mais equilibrada para o futuro Governo”, informa.
O Relatório de Atividades foi apresentado ao Conselho de Administração da Ferroeste, presidido pelo secretário dos Transportes, Mario Stamm Junior. O trabalho foi coordenado pelo presidente da empresa e pelos diretores José Carlos de Oliveira Mendes (Administrativo e Financeiro) e Mauro Fortes Carneiro (Produção).
Entre as ações tomadas pela direção está a redução de custos operacionais com as locomotivas de mais de 50 anos ainda utilizadas pela empresa. Uma das medidas, nessa área, foi devolver cinco máquinas que estavam paradas – o que vai gerar uma economia mensal de mais de R$ 54 mil. Os gastos com o aluguel dessas locomotivas paradas, de janeiro de 2008 até o início de dezembro, foram de quase R$ 1,7 milhão. A Ferroeste já pediu em juízo a devolução de mais três locomotivas também fora de operação.
Outra medida foi reduzir custos de manutenção de vagões e locomotivas, com a licitação de uma nova empresa (TMF), a qual foi contratada por um valor de aproximadamente R$ 50 mil mensais, menor que a empresa anterior. Com isso, as despesas que chegaram a R$ 1,6 milhão, de janeiro a junho deste ano, tiveram uma redução de 45% no segundo semestre, caindo para R$ 888,4 mil. Os custos com recuperação de motores foram reduzidos de R$ 20 mil para R$ 13,6 mil, por motor, a partir de julho, queda de 32%, totalizando uma economia de R$ 500 mil no segundo semestre.
A Ferroeste também fez acordo em juízo com a FTC/Transferro para o parcelamento da dívida da locação das locomotivas que ainda utiliza. A dívida de R$ 1,56 milhão foi parcelada em 14 meses, “pelo valor original da dívida”, ressalta Frizzo, com uma entrada de 20%, “assim como foram feitas as demais negociações com os demais credores da empresa”.
Na negociação das dívidas, conduzida pela atual diretoria, foi dada prioridade para as empresas que não cobraram juros de mora dos créditos vencidos e que também concordaram em não cobrar encargos dos parcelamentos, de 12 a 18 meses. Também foram realizadas notificações e ações contra fornecedores e clientes para regularização de contratos e pagamento de valores.
AÇÕES
Como parte das ações de recuperação da empresa, a partir de 15 de julho os gastos com pessoal, no segundo semestre, foram reduzidos em R$ 256.4 mil. Despesas com diárias de viagem caíram de R$ 110,5 mil, no primeiro semestre, para R$ 43,2 mil (R$ 11,2 mil por mês), no segundo semestre.
As despesas realizadas com celulares foram reduzidas 55%, caindo de quase R$ 40 mil, no primeiro semestre, para R$ 17,7 mil, no segundo semestre. Já os gastos com telefonia fixa foram reduzidos de R$ 101,8 mil para R$ 77,5 mil (24%).
A empresa reduziu ainda os dispêndios com papel, fotocópias e impressões, os quais caíram de quase R$ 23 mil, no primeiro semestre, para R$ 6,3 mil, no segundo semestre, uma queda de 72%. Duas outras ações administrativas resultaram em mais economia: uma delas foi a redução pela metade nos valores pagos a título de seguro de vida em grupo (R$ 4,1 mil mensais) e a outra foi a redução de 126% na taxa de administração do vale refeição dos funcionários. Tudo isso graças às novas licitações efetuadas pela empresa.
NÚMEROS
Até dezembro a produção da Ferroeste foi de 933.964 toneladas/úteis, principalmente de soja, fertilizantes e cimento. A empresa faturou, até 20 de dezembro, R$ 12.8 milhões. Para melhorar o desempenho, com outra licitação, também foi possível reduzir em mais de 8% os custos de transbordo e transporte de soja do Terminal de Guarapuava. A operação contempla o volume de até cento e trinta mil toneladas por ano.
Várias outras ações foram implementadas no setor de tráfego e movimento, como a conclusão da reforma das linhas do Pátio de Cascavel e o aumento da capacidade estática do pátio em 70 vagões, além de melhoria na capacidade operacional com 200 vagões. Também foi realizada a reforma do acesso a Estação da Agrária e da rampa de carregamento. Foram realizadas ainda centenas de intervenções destinadas a garantir a capacidade operacional da via permanente da empresa.
EXPANSÃO
Segundo o presidente, o maior empenho da atual diretoria foi no sentido de sanear e buscar a consolidação do equilíbrio econômico e financeiro da Ferroeste, “para corresponder integralmente às expectativas das forças produtoras e da sociedade paranaense, em geral, porém, será necessário o aporte de recursos financeiros que alavanquem as operações da empresa”, disse ele.
Os futuros investimentos, explica o presidente, objetivam modernizar a frota, com novos vagões e locomotivas, e ampliar a capacidade de atendimento aos clientes, com a instalação de mais armazéns e equipamentos de transbordo, o que poderá acontecer brevemente com uma proposta de licitação de novas áreas para mais nove empresas se instalarem nos pátios da empresa.
“Além disso”, acrescenta Frizzo, “os projetos e estudos de expansão da malha necessitam de novos investimentos”. Esses recursos teriam que ser alocados pelos governos do Estado e Federal, e tendo, eventualmente, a parceria da iniciativa privada, tendo em conta a nova modelagem do sistema ferroviário nacional. Conversas já foram iniciadas com grandes empresas do setor de construção ferroviária, adianta Frizzo.
PORTO SECO
Outra ação recente, com interveniência direta do governador Orlando Pessuti, envolvendo a Codapar e a Ferroeste, foi a reinauguração do porto seco, instalado no Terminal de Cascavel. A obra visa atender as necessidades de desembaraço aduaneiro, beneficiando produtores, agroindústrias e cooperativas da região, inclusive Paraguai.
Um grupo de cooperativas e exportadores paraguaios, responsáveis por 60% da produção de soja do país, investiu R$ 2,3 milhões na infraestrutura do porto seco. Com isso, os produtores paraguaios retomarão as exportações de grãos para o Porto de Paranaguá, além de poder importar insumos agrícolas. Os paraguaios poderão movimentar até 400 mil toneladas por ano, até 2012.
Outra medida recente anunciada pela empresa, no sentido de levantar as causas da crise de gestão na Ferroeste, foi a conclusão de uma auditoria independente que apontou evidencias de irregularidades. O relatório foi entregue ao Ministério Público e ao Governo do Estado. Com essa série de medidas, inclusive a liberação de R$ 5 milhões pelo governador Orlando Pessuti, para sanear a empresa, “o próximo Governo poderá resolver definitivamente a situação da Ferroeste, se houver investimento para tal”, avalia Frizzo, para quem todas as ações implementadas na empresa só foram possíveis “porque o governador Pessuti apoiou a ferrovia e o setor produtivo da região Oeste”.
O Relatório de Atividades foi apresentado ao Conselho de Administração da Ferroeste, presidido pelo secretário dos Transportes, Mario Stamm Junior. O trabalho foi coordenado pelo presidente da empresa e pelos diretores José Carlos de Oliveira Mendes (Administrativo e Financeiro) e Mauro Fortes Carneiro (Produção).
Entre as ações tomadas pela direção está a redução de custos operacionais com as locomotivas de mais de 50 anos ainda utilizadas pela empresa. Uma das medidas, nessa área, foi devolver cinco máquinas que estavam paradas – o que vai gerar uma economia mensal de mais de R$ 54 mil. Os gastos com o aluguel dessas locomotivas paradas, de janeiro de 2008 até o início de dezembro, foram de quase R$ 1,7 milhão. A Ferroeste já pediu em juízo a devolução de mais três locomotivas também fora de operação.
Outra medida foi reduzir custos de manutenção de vagões e locomotivas, com a licitação de uma nova empresa (TMF), a qual foi contratada por um valor de aproximadamente R$ 50 mil mensais, menor que a empresa anterior. Com isso, as despesas que chegaram a R$ 1,6 milhão, de janeiro a junho deste ano, tiveram uma redução de 45% no segundo semestre, caindo para R$ 888,4 mil. Os custos com recuperação de motores foram reduzidos de R$ 20 mil para R$ 13,6 mil, por motor, a partir de julho, queda de 32%, totalizando uma economia de R$ 500 mil no segundo semestre.
A Ferroeste também fez acordo em juízo com a FTC/Transferro para o parcelamento da dívida da locação das locomotivas que ainda utiliza. A dívida de R$ 1,56 milhão foi parcelada em 14 meses, “pelo valor original da dívida”, ressalta Frizzo, com uma entrada de 20%, “assim como foram feitas as demais negociações com os demais credores da empresa”.
Na negociação das dívidas, conduzida pela atual diretoria, foi dada prioridade para as empresas que não cobraram juros de mora dos créditos vencidos e que também concordaram em não cobrar encargos dos parcelamentos, de 12 a 18 meses. Também foram realizadas notificações e ações contra fornecedores e clientes para regularização de contratos e pagamento de valores.
AÇÕES
Como parte das ações de recuperação da empresa, a partir de 15 de julho os gastos com pessoal, no segundo semestre, foram reduzidos em R$ 256.4 mil. Despesas com diárias de viagem caíram de R$ 110,5 mil, no primeiro semestre, para R$ 43,2 mil (R$ 11,2 mil por mês), no segundo semestre.
As despesas realizadas com celulares foram reduzidas 55%, caindo de quase R$ 40 mil, no primeiro semestre, para R$ 17,7 mil, no segundo semestre. Já os gastos com telefonia fixa foram reduzidos de R$ 101,8 mil para R$ 77,5 mil (24%).
A empresa reduziu ainda os dispêndios com papel, fotocópias e impressões, os quais caíram de quase R$ 23 mil, no primeiro semestre, para R$ 6,3 mil, no segundo semestre, uma queda de 72%. Duas outras ações administrativas resultaram em mais economia: uma delas foi a redução pela metade nos valores pagos a título de seguro de vida em grupo (R$ 4,1 mil mensais) e a outra foi a redução de 126% na taxa de administração do vale refeição dos funcionários. Tudo isso graças às novas licitações efetuadas pela empresa.
NÚMEROS
Até dezembro a produção da Ferroeste foi de 933.964 toneladas/úteis, principalmente de soja, fertilizantes e cimento. A empresa faturou, até 20 de dezembro, R$ 12.8 milhões. Para melhorar o desempenho, com outra licitação, também foi possível reduzir em mais de 8% os custos de transbordo e transporte de soja do Terminal de Guarapuava. A operação contempla o volume de até cento e trinta mil toneladas por ano.
Várias outras ações foram implementadas no setor de tráfego e movimento, como a conclusão da reforma das linhas do Pátio de Cascavel e o aumento da capacidade estática do pátio em 70 vagões, além de melhoria na capacidade operacional com 200 vagões. Também foi realizada a reforma do acesso a Estação da Agrária e da rampa de carregamento. Foram realizadas ainda centenas de intervenções destinadas a garantir a capacidade operacional da via permanente da empresa.
EXPANSÃO
Segundo o presidente, o maior empenho da atual diretoria foi no sentido de sanear e buscar a consolidação do equilíbrio econômico e financeiro da Ferroeste, “para corresponder integralmente às expectativas das forças produtoras e da sociedade paranaense, em geral, porém, será necessário o aporte de recursos financeiros que alavanquem as operações da empresa”, disse ele.
Os futuros investimentos, explica o presidente, objetivam modernizar a frota, com novos vagões e locomotivas, e ampliar a capacidade de atendimento aos clientes, com a instalação de mais armazéns e equipamentos de transbordo, o que poderá acontecer brevemente com uma proposta de licitação de novas áreas para mais nove empresas se instalarem nos pátios da empresa.
“Além disso”, acrescenta Frizzo, “os projetos e estudos de expansão da malha necessitam de novos investimentos”. Esses recursos teriam que ser alocados pelos governos do Estado e Federal, e tendo, eventualmente, a parceria da iniciativa privada, tendo em conta a nova modelagem do sistema ferroviário nacional. Conversas já foram iniciadas com grandes empresas do setor de construção ferroviária, adianta Frizzo.
PORTO SECO
Outra ação recente, com interveniência direta do governador Orlando Pessuti, envolvendo a Codapar e a Ferroeste, foi a reinauguração do porto seco, instalado no Terminal de Cascavel. A obra visa atender as necessidades de desembaraço aduaneiro, beneficiando produtores, agroindústrias e cooperativas da região, inclusive Paraguai.
Um grupo de cooperativas e exportadores paraguaios, responsáveis por 60% da produção de soja do país, investiu R$ 2,3 milhões na infraestrutura do porto seco. Com isso, os produtores paraguaios retomarão as exportações de grãos para o Porto de Paranaguá, além de poder importar insumos agrícolas. Os paraguaios poderão movimentar até 400 mil toneladas por ano, até 2012.
Outra medida recente anunciada pela empresa, no sentido de levantar as causas da crise de gestão na Ferroeste, foi a conclusão de uma auditoria independente que apontou evidencias de irregularidades. O relatório foi entregue ao Ministério Público e ao Governo do Estado. Com essa série de medidas, inclusive a liberação de R$ 5 milhões pelo governador Orlando Pessuti, para sanear a empresa, “o próximo Governo poderá resolver definitivamente a situação da Ferroeste, se houver investimento para tal”, avalia Frizzo, para quem todas as ações implementadas na empresa só foram possíveis “porque o governador Pessuti apoiou a ferrovia e o setor produtivo da região Oeste”.