A Sanepar planejou as obras no sistema de esgotamento sanitário da Bacia Hidrográfica do Rio Atuba, região Norte de Curitiba, a partir dos pontos críticos de poluição nos mananciais de abastecimento público. Essas obras são realizadas por microbacias e, por isso, abrangem toda a Região Metropolitana. Na Bacia do Atuba, as construções de uma Estação Elevatória de Esgoto, do Interceptor do Alto Maracanã – com 10 quilômetros de extensão – e de diversos coletores, com cerca de 13 quilômetros de tubulações, abrirão nova perspectiva de saneamento para a região. Para isso, serão investidos R$ 27,7 milhões do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. Essas obras permitem a implantação de 124 quilômetros de rede de esgoto e de 6 mil novas ligações intradomiciliares, beneficiando moradores de Curitiba, Almirante Tamandaré e Colombo. Somente com a execução do interceptor do Alto Maracanã e com a rede coletora, serão favorecidos os bairros Atuba, Vila Esperança e Santa Cândida (Jardim Aliança), em Curitiba; Osasco, Roça Grande e Rio Verde, em Colombo; e o Jardim Graziela, em Almirante Tamandaré. Já a execução do Interceptor Maracanã irá exigir da Sanepar muito trabalho. A tubulação – 600 a 1.200 milímetros de diâmetros – será instalada em fundos de vale, às margens do Rio Atuba, onde há grande incidência de rocha. A empresa já tem os projetos executivos detalhados. A Sanepar optou em adquirir diretamente as tubulações, diminuindo os custos, e dividiu a execução da obra em etapas. Até dezembro do ano que vem, será concluída a primeira fase do coletor, a estação elevatória e a linha de recalque. Já a segunda fase do coletor de esgoto, a rede coletora e as ligações domiciliares ficarão prontas no segundo semestre de 2011. CONCLUÍDAS – Entre os investimentos mais recentes na Bacia do Atuba – com um custo em torno de R$ 6,8 milhões –, a Sanepar implantou na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Atuba Sul o processo de pós-tratamento por flotação. Esse sistema possibilita a separação das partículas sólidas e a remoção por meio de raspagem mecânica da matéria orgânica, remanescente no efluente (parte líquida do esgoto tratado). Na mesma ETE também foi implantada uma Estação de Tratamento de Água (ETA) de Reúso, responsável pelo tratamento do efluente. Este líquido, após passar por novo tratamento, pode ser utilizado, por exemplo, na irrigação agrícola, em paisagismo, para irrigação de grama e jardins, e ainda na lavagem de ruas. A ETA é composta de câmara de ozonização (o ozônio é o principal elemento no tratamento), com capacidade para 15 metros cúbicos; floco-decantador acelerado de manto de lodo e filtro rápido por gravidade de dupla camada de areia e antracito de 15 litros por segundo (l/s). Também faz parte um tanque de sucção de 6 metros cúbicos, câmara de contato para cloração de 25 metros cúbicos, filtro de carvão ativado granular, câmara de contato e lavagem de filtros de 50 metros cúbicos e reservatório de igual volume. Inicialmente serão tratados 15 l/s do efluente gerado com tecnologia anaeróbica e físico-química. A companhia fez também a revitalização de algumas redes coletoras de esgoto no bairro Atuba, com investimentos de mais de R$ 25 mil. Essas obras ocorreram nas ruas Frederico Stadler Júnior e Jorge Batista Crocetti, beneficiando mais de 10 mil pessoas, ou seja, mais de 3 mil ligações. PESQUISA – A partir da implantação da ETA de Reúso serão pesquisadas as condições de tratamento da água de reúso. Os técnicos da Sanepar também planejam pesquisar outros procedimentos, entre eles, como retirar compostos como amônia e cloreto para permitir reúso mais nobre desta água. Durante as pesquisas, a produção dos 15 l/s de água de reúso será consumida exclusivamente na própria ETE Atuba Sul.