O Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) tem sido decisivo na retomada parcial dos investimentos na indústria da madeira do Paraná, uma das mais atingidas pela queda nas exportações. Nos primeiros 11 meses de 2007, os contratos de financiamento para o setor totalizaram R$ 30,4 milhões, resultado 33% maior em relação a todo o ano anterior.
Os números revelam sinais de recuperação. Em crise desde o ano passado, quando a cotação do dólar frente ao real caiu vertiginosamente, a indústria madeireira amargou um período difícil. Em 2005, o BRDE havia financiado R$ 45,1 milhões para o setor. Em 2006, os investimentos despencaram – o banco fechou contratos que somaram R$ 22,8 milhões, praticamente a metade.
“Nós acreditamos que seja possível alcançar os índices de 2005”, afirma o gerente de operações da agência de Curitiba do BRDE, Paulo Starke Júnior. A expectativa otimista se deve ao Revitaliza, pacote de ajuda às empresas que tiveram problemas com o câmbio, caso dos setores madeireiro e têxtil, por exemplo. “Só uma das operações em análise no banco é de R$ 10 milhões”, informa.
As condições do Revitaliza atraíram muitas empresas. Os empréstimos são com taxa fixa: 7% e 8,5% (para capital de giro). Quem estiver em dia com os pagamentos ainda ganha desconto de 20% nas taxas de juros. Os interessados tiveram 15 dias para apresentar seus pedidos de (re)financiamento, entre 22 de novembro e 7 de dezembro. No entanto, a maioria estava com os processos preparados havia meses.
ESTADOS - Os dados do BRDE também revelam quais as áreas da indústria da madeira com maior nível de investimento nos três estados de atuação do banco. No Paraná, onde os contratos totalizaram R$ 14,9 milhões de janeiro a novembro deste ano, a fabricação de madeira laminada e chapas compensadas, prensadas ou aglomeradas recebeu R$ 5,6 milhões em financiamentos.
Em Santa Catarina, com um total de R$ 13,6 milhões em operações, o maior apoio foi para a fabricação de esquadrias de madeira e casas pré-fabricadas, que obteve 6,7 milhões. No Rio Grande do Sul, com R$ 1,9 milhão em contratos, quase todo o dinheiro destinado ao setor foi para a fabricação de artefatos diversos de madeira, palha, cortiça e material trançado para móveis: R$ 1,5 milhão.