Um projeto de urbanização e habitação popular para a Grande Curitiba começa a ser desenhado pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), em parceria com Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), abrangendo os 25 municípios que integram o anel metropolitano. O tema foi debatido nesta segunda-feira (19) pelo presidente da Cohapar, Rafael Greca, e o consultor do BID Jeroen Klink, que esteve na Companhia para instruir o projeto Beira-Rio.
De acordo com Greca, o projeto está voltado para a salvação dos mananciais, garantindo habitação às pessoas que ocupam áreas de risco na beira dos rios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC). “Este programa envolve parques, infra-estrutura urbana e de saneamento, retirada de população de área de risco e ocupação dos espaços vazios de maneira correta, para que se evite a má ocupação que acaba gerando a marginalidade, risco social, multiplicação de problemas urbanos”, esclareceu.
“Este projeto usaria os investimentos do PAC - Plano de Aceleração do Crescimento como contrapartida e multiplicaria em até três vezes estes recursos, aplicando-os em melhoria da qualidade de vida das cidades que compõem o anel metropolitano de Curitiba”, disse Greca. A Cohapar vai liderar as parcerias com as diversas instituições estaduais, já que o programa prevê um fortalecimento da gestão metropolitana.
“Nossa idéia é iniciar um desenho estratégico sobre como vamos superar o problema da concentração de 40% da população do Paraná em cima dos mananciais de água da capital do Estado e em cima da região onde nasce o Rio Iguaçu. Vamos fazer isso em parceria com a Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba (Comec), Paraná Urbano, Instituto Ambiental do Paraná, Sanepar, Copel e prefeituras”, explicou Greca.
De acordo com Greca, a última iniciativa de caráter metropolitano na região foi feita em 1995, na época em que era prefeito de Curitiba e foi implantada a Rede Integrada de Transporte. “Depois disso, nunca mais houve nenhuma solução metropolitana coletiva”, comentou.
O consultor Jeroen Klink esclareceu que o tema metropolitano é estratégico para o Banco. “Para o BID, este é um projeto muito interessante porque é feito numa escala em que o tema metropolitano na Grande Curitiba é extremamente estratégico”, disse. “Como há muito tempo não existem intervenções, está mais do que na hora de retomar este tema, a partir de um seminário que seja utilizado para aperfeiçoar os parâmetros das intervenções específicas”.
“Nós vamos começar com um seminário, que possivelmente acontecerá na primeira quinzena de junho. Será um seminário internacional no qual o BID vai pagar a vinda de especialistas do mundo todo para cá e nós vamos começar a estudar a Região Metropolitana a partir da Cohapar”, disse Greca. “Para que exista um programa de investimento primeiro é preciso que existam idéias concretas, e é isto que estamos fazendo. Vamos equacionar e relacionar as idéias que possam dar um desenho metropolitano e um futuro para RMC. O governador quer fazer isso até 2010 e esta é nossa meta”, completou.