A morte de Zilda Arns Neumann, coordenadora internacional e fundadora da Pastoral da Criança, foi lamentada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – Regional Sul II, em nota divulgada pelo arcebispo dom Moacyr José Vitti, e por outras autoridades paranaenses, como o presidente da Assembléia Legislativa, Nelson Justus, a presidente do Provopar Ação Social, Lucia Arruda, os deputados estaduais Luiz Claudio Romanelli e Waldyr Pugliesi, e os secretários estaduais Thelma Alves de Oliveira (Criança e Juventude) e Milton Buabssi (Relações com a Comunidade). A fundadora da Pastoral da Criança está entre os 11 brasileiros mortos pelo terremoto que atingiu o Haiti, na terça-feira (11).
Dom Moacyr Vitti, arcebispo metropolitano de Curitiba: Em nome da Conferência dos Bispos do Regional Sul II, Paraná, e da Arquidiocese de Curitiba, venho expressar à família e a todos os voluntários da Pastoral da Criança a dor e sofrimento pela perda de uma vida tão preciosa da nossa querida Dra. Zilda Arns. Mulher corajosa, humana e solidária que com um espírito de fé extraordinária levou avante uma missão de salvar a vida de milhares de crianças e mães grávidas em mais de vinte países. Pelos frutos de sua dedicação à vida, por duas vezes foi apontada como merecedora do Prêmio Nobel da Paz. Se aqui, na terra, ela não o recebeu, com toda certeza no céu receberá da parte de Deus um infinito reconhecimento pela sua digna missão realizada na terra.
Após muitos anos na Pastoral da Criança, ultimamente vinha desempenhando também uma dedicação intensa na Pastoral da Pessoa Idosa. Deus a levou justamente no momento em que realizava o seu testemunho de amor àquele povo tão sofrido do Haiti. Dra. Zilda Arns ficará sempre guardada na memória de tantas famílias, crianças e pobres. Sua obra, tanto na Pastoral da Criança como na Pastoral das Pessoas Idosas, continuará recebendo todo o apoio da Igreja e das autoridades na salvação de milhares de vida com a colaboração dos generosos voluntários. Nossa gratidão a Deus pelo dom tão precioso que foi a vida da Dra. Zilda Arns.
Nelson Justus, presidente da Assembléia Legislativa: A Dra Zilda Arns era uma mulher extraordinária. Uma dessas raras pessoas cuja vida é capaz de mudar milhares de outras vidas. Ao mesmo tempo em que lamentamos a perda de forma trágica, resta o consolo de saber que ela morreu missionária que era, cumprindo mais uma missão.
Lucia Arruda, presidente do Provopar Ação Social: Ela era uma mulher maravilhosa. Teve uma vida difícil. Criou a filha sozinha. Perdeu a filha prematuramente e criou a neta. E, mesmo em meio a tanta dificuldade, sempre se preocupou com as crianças do Brasil e do mundo. Zilda Arns sempre acreditou que, se tratássemos bem as crianças, teríamos um futuro melhor.
Thelma Alves de Oliveira, secretária da Criança e da Juventude: Zilda Arns foi ao mesmo tempo um anjo da guarda de nossas crianças e uma guerreira que influenciou políticas de proteção à infância em todo o mundo. Toda sua obra repercutiu de forma tão grandiosa e ampla que, mesmo sem a sua presença física, ela continuará influenciando a todos. Dra. Zilda já em vida representava um símbolo de defesa dos direitos de todas as nossas crianças, e um símbolo não morre.
Milton Buabssi, secretário de Relações com a Comunidade: O Brasil e o mundo inteiro perderam uma de suas mais dignas expressões. Alguém realmente preocupado com o bem do próximo. O programa da Pastoral da Criança vai no fundo da pobreza e, com poucos recursos, consegue dar uma vida digna aos recém nascidos. Mas, com certeza, ela formou pessoas que poderão dar continuidade ao seu trabalho.
Lygia Pupatto, secretária da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: Manifesto profundo pesar pela morte da dra. Zilda Arns e transmito sinceras condolências à família Arns, em especial aos filhos e netos, e também aos funcionários e pessoas envolvidas na Pastoral da Criança e na Pastoral da Pessoa Idosa. Médica pediatra e sanitarista, a dra. Zilda Arns foi uma mulher exemplar e se destacou por seu compromisso social e trabalho em prol do desenvolvimento integral de crianças e idosos. Sua morte é uma grande perda para o nosso país.
Luiz Cláudio Romanelli – líder do governo na AL: Lamento a morte da Dra Zilda Arns. O Paraná e o Brasil perdem sua maior referência de solidariedade, um trabalho mundialmente reconhecido de proteção e cuidados com as crianças mais pobres. Ainda no ano passado, mantive um contato direto com ela em função da discussão e aprovação da lei antifumo no Paraná. Posso dizer com certeza que a participação da Dra Zilda Arns foi fundamental para aprovar a lei que livrou os ambientes fechados dos malefícios do tabaco. Ela fez parte da frente antitabagista, ligou, conversou, esteve nos gabinetes dos deputados e nas comissões que debateram a lei. Para ela, a lei aprovada foi uma ação para preservar a vida e que sociedade paranaense avançou com coragem e consciência. A lei paranaense serviu de exemplo e a Dra Zilda Arns escreveu várias cartas e enviou cópias das leis aos legislativos estaduais e municipais do Brasil. Portanto, Perdemos uma referência, exemplo de cidadã, mas ficamos com um legado de uma luta inquestionável na defesa dos mais pobres e das crianças no mundo inteiro.
Waldyr Pugliesi, deputado estadual: A Dona Zilda Arns deixou uma obra e um legado importante para o povo brasileiro. Viveu uma vida útil, que valeu a pena. É preciso que neste momento todos tenhamos consciência do trabalho que ela realizou e que sirva de exemplo. Lamento profundamente o acontecido, destacando que ela morreu em ação, fazendo o que tinha que ser feito pelos que mais necessitam.