Aumento na oferta de leitos de UTI é de 78% no Paraná

Estatística compara os dados de 2010 com 2002. Ao todo são 1.394 leitos destinados para o SUS, sendo que do total 1.204 estão credenciados pelo Ministério da Saúde e 130 são leitos privados contratados pela Secretaria da Saúde
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29/09/2010 - 15:50
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A oferta no número de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cresceu 78% no Paraná. Os dados, da Secretaria da Saúde, mostram o crescimento no atendimento aos doentes graves o Estado. Enquanto em 2002 eram 782 leitos disponíveis e oito anos depois a o número passou para 1.394.
“A expectativa é de que outros 70 leitos passem a operar gradativamente ainda este ano. Com isso, o número de leitos passará para 1.464, o que significa uma grande ampliação na oferta deste tipo de atendimento”, afirma o secretário de Estado da Saúde, Carlos Moreira Junior.
Dos 1.394 leitos, o Paraná possui hoje, credenciados junto ao Sistema Único de Saúde, 1.204. Os outros 130 são leitos privados contratados pela Secretaria de Estado da Saúde e que ainda não tiveram seu credenciamento efetivado pelo Ministério da Saúde. “Neste caso o próprio Governo do Estado é quem paga as faturas enquanto o processo de credenciamento não é concretizado”, explica o secretário. .
Neste período, o número de leitos de UTI neonatal também cresceu, passando de 169 em 2003 para 320 em 2010, beneficiando milhares de crianças. Entre elas, a pequena Eduarda. Nascida prematura com apenas seis meses em abril de 2009, na Policlínica de Pato Branco, Eduarda passou 42 dias na UTI pelo Sistema Único de Saúde.
“Viajamos cerca de 30 quilômetros para encontrar um atendimento que nos desse suporte adequado, pois nem em Chapecó nem Xanxerê encontramos vaga”, conta à mãe, Nelis Priori. Moradoras de São Lourenço do Oeste, em Santa Catarina, ambas foram encaminhadas ao sudoeste do Estado devido ao atendimento. “Fomos indicadas para ir à Pato Branco pelo médico que acompanhava a minha gravidez. Lá encontramos um excelente atendimento dos profissionais”.
Não é apenas a quantidade de leitos que garante um bom serviço prestado. Um bom exemplo disso é a UTI Geral da Santa Casa de Curitiba. Em novembro de 2009, de acordo com dados da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), a unidade teve o menor índice de mortalidade do país em leitos de UTI Geral, com 14%. Foi o menor índice do Brasil entre as 126 UTI´s de atendimento misto, ou seja, que destinam atendimento tanto à saúde suplementar quanto ao SUS.
De acordo com dados da Amib, o Paraná é o quinto estado que mais possui leitos de UTI e é o terceiro, junto com o Rio Grande do Sul, que tem mais leitos em relação à proporção de habitantes: 1,7 leito de UTI para cada 10 mil habitantes. O número está acima da média brasileira, que é de 1,3 leito para cada 10 mil habitantes.
“Mais importante que o número de leitos criados em todo o Estado, é que eles estão distribuídos em todas as regiões, de forma descentralizada, e têm suporte tecnológico para resolver problemas mais complexos”, enfatiza o superintendente de Gestão em Saúde, Irvando Carula.
CENTRAL DE LEITOS - A Secretaria da Saúde conta também com a Central de Regulação de Leitos. Considerado modelo para outros estados pelo Ministério da Saúde, tem por objetivo buscar leitos vagos em hospitais mais próximos. Para tornar esse trabalho mais ágil, existem cinco bases localizadas em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel e Ponta Grossa.
“O sistema busca vagas nos leitos de UTI em todo o Estado. Assim, quando um paciente desocupa um leito logo após receber alta, outro paciente ocupa o leito imediatamente”, explica Carulla. Além do serviço de consultas de leitos, a Central também faz a solicitação de UTI móvel. “Esse serviço agiliza a transferência do pacientes de uma cidade para outra”.
Além disso, o governo adotou a política de descentralização dos serviços de saúde pública e passou a garantir serviços de alta complexidade em todas as regiões. O governo investiu em hospitais credenciados ao SUS no interior para oferecer junto aos pacientes procedimentos antes disponíveis apenas em grandes centros.
Cirurgias cardíacas e tratamentos de câncer, por exemplo, hoje são oferecidos em mais de 20 hospitais do Estado. A rede de traumato-ortopedia também foi ampliada. De 13 centros habilitados para realizar os procedimentos, mais nove foram autorizados e a especialidade neurocirúrgica aumentou de 16 para 21 serviços credenciados, ampliando significativamente a rede.
”O programa de regionalização da saúde foi uma estratégia adotada pelo governo para desafogar o atendimento em grandes centros, além de ampliar os serviços de alta complexidade para alcançar a população do interior”, afirmou Moreira. Dessa forma, segundo ele, o governo procurou uma rede de referência em municípios estratégicos para facilitar o acesso a população a hospitais que ofereçam procedimentos de alta complexidade.
No último dia 24, o governador Orlando Pessuti entregou mais 10 leitos de UTI para o Instituto de São José, entidade mantenedora do Hospital São José, em Laranjeiras do Sul. A entrega dos leitos faz parte de um programa de recursos, no valor de R$ 1 milhão, destinado principalmente à compra de equipamentos para que o hospital possa estender seu atendimento a todos os municípios da região, evitando o descolamento de pacientes para outros centros.

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