Atendimento do Proerd vai aumentar no PR

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Publicação
31/01/2003 - 00:00
O Proerd – Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência –, desenvolvido pela Polícia Militar, vai aumentar o atendimento às crianças em idade escolar do Paraná, com o objetivo de alertar, não só os jovens mas as suas famílias, para o perigo das drogas e as conseqüências, como a violência, por exemplo. O programa prevê resultados a médio e longo prazos e está afinado com o programa de Governo de Roberto Requião, principalmente no que diz respeito à humanização do trabalho policial e o seu relacionamento com a comunidade. A intenção, segundo o tenente Elson Nunes Venâncio, secretário do PROERD, é de, neste primeiro semestre, formar mais uma turma de policiais instrutores e, conseqüentemente, aumentar o número de escolas, municípios e alunos, atendidos com palestras semanais nos próximos seis meses. As aulas são ministradas, obrigatoriamente, por policiais militares fardados, para estabelecer o vínculo de confiança e afetividade com a instituição. Os jovens (entre 9 e 12 anos das 4ª séries do Ensino Fundamental) recebem dos instrutores informações que os auxiliam a reforçar a auto-estima, trabalhar com as tensões, resistir às pressões dos companheiros e da mídia e desenvolver a civilidade. Nesse contexto, conforme explicou o tenente Venâncio, o professor mantém um papel de apoio, permanecendo na classe enquanto o policial militar ministra a aula e, no final do programa (com duração prevista de 17 aulas semanais) os alunos recebem diplomas em solenidade de formatura. “O Proerd oferece uma variedade de atividades interativas, com a participação de grupos em aprendizado cooperativo, que foram projetadas para estimular os estudantes a resolverem os principais problemas de suas vidas. Um dos recursos utilizados é o uso de alunos líderes naturais, que não usam drogas, como modelos positivos para influenciar os demais”, descreveu. Voluntário – De acordo com o tenente, o policial instrutor do Proerd é voluntário e selecionado por sua conduta profissional, ética e moral. “Este policial deve possuir auto-estima elevada, dinamismo, afetividade no trabalho da educação infantil, acrescido de treinamento específico, com profissionais das áreas da saúde, educação, psicologia e legislação, por meio de um curso de especialização com duração de 80 horas/aula”, contou. Para a instrutora do Proerd, sargento Roni Úrsula Mendes, o programa é um importante elo de aproximação e ligação entre a escola, a família e a Polícia Militar que, juntas, contribuem para uma sociedade livre das drogas e da violência, “flagelo contemporâneo violento e destruidor de vidas”. Roni contou que os resultados positivos do Proerd serão percebidos a longo prazo, quando essas crianças se tornam adolescentes, conscientes do perigo que a drogas representam, e têm condições de “não cair nessa armadilha”. A curto prazo, acrescenta a sargento, a resposta é praticamente imediata, uma vez que os alunos já começam a questionar os pais sobre o uso de cigarros e bebidas alcóolicas. Ela contou que, durante o curso, os instrutores deixam nas salas de aulas a “caixa de perguntas”, onde as crianças fazem os seus questionamentos, sem a necessidade de identificação. “É comum vermos perguntas como: o que faço para minha mãe ou meu pai deixar de fumar ou de beber? Para não citarmos nomes, damos a resposta a todos, enfocando o assunto questionado. As crianças não são identificadas, mas as que fizeram as perguntas certamente terão as respostas”, informou. Segundo Roni, à medida que o programa avança, é possível perceber que o aluno cria maturidade e demonstra preocupação com a família, principalmente quando os pais fumam ou bebem. “Nem que seja aquela cervejinha de final de semana”, destacou. Público Alvo – A sargento Roni explicou, ainda, que as equipes de instrutores se revezam em palestras em igrejas, empresas e escolas, cujo público alvo são as crianças. Elas acabam levando o assunto para dentro de casa e, assim, aproximam a família do programa. “Também buscamos trazer os pais para a escola, onde são repassadas informações de como criar um filho saudável e mantê-los longe das drogas, por meio da imposição de limites e do diálogo”, disse. Segundo o tenente Venâncio, hoje, o programa no Paraná conta com 176 instrutores do Proerd, que atendem a cerca de 150 municípios do Estado, com a participação de 1.264 escolas e um universo de mais de 145 mil crianças. Ele assinalou que o próximo curso de formação de instrutores do Proerd terá início no dia 17 de março, na cidade de Foz do Iguaçu. O ano letivo do programa, adiantou, inicia no dia 10 de março. Resultados – Luciano Antunes de Moura é mentor e forma turmas de instrutores. Ele contou que o sucesso do programa pode ser mensurado se observada a criação de dois clubes Proerd, nas cidades de Campo Largo e Araucária. “Eles foram idealizados por ex-alunos da 4a série, que buscavam uma continuidade dos trabalhos”, explicou. “Com essa ação, quebramos o paradigma de que o policial é truculento e repressor, mudando-o para uma relação de confiança”, relatou.