As obras das paranaenses Eliane Prolik, Carina Weidler e Marga Puntel fazem parte da Coleção Gilberto Chateaubriand: um Século de Arte Brasileira exibida na noite desta terça-feira (12), no Museu Oscar Niemeyer. Os trabalhos das três artistas estão entre as 175 obras que compõem a mostra e figuram ao lado de nomes como Anita Mafalti, Manabu Mabe, Tarsila do Amaral, Tomie Othake, Di Cavalcanti.
A Coleção Gilberto Chateaubriand é uma das mais importantes do País e um dos mais completos panoramas existentes sobre a arte moderna e contemporânea brasileiras, com um acervo aproximado de 7.000 obras. O colecionador optou por montar um conjunto abrangente, plural e representativo da arte brasileira.
A paranaense Marga Puntel que foi premiada no Salão Paranaense de 2002 reconhece a importância da coleção, mas, sobretudo destaca que o mais importante é o fato de estar expondo no Museu Oscar Niemeyer, na cidade onde começou a dar os primeiros passos no caminho da arte. A artista trabalha basicamente com fotografia e a obra exposta na mostra, “O jogo das Diferenças”, faz parte do seu projeto de trabalho de “ação direcionada para a fotografia”.
Arte brasileira - “A pluralidade e variedade são as características da poética brasileira”, aponta o curador da mostra Fernando Cocchiarale. O curador explica que a partir da década de 50 o Brasil passou ter, com a arte abstrata, uma personalidade mais definida, embora, segundo ele, o brasileiro não pode ser tão específico na arte como é a Índia, por exemplo – o Oriente. “O Ocidente sempre estará vinculado aos seus movimentos artísticos”.
As obras expostas no Museu Oscar Niemeyer apresentam os principais desdobramentos da produção artística brasileira, desde a segunda década do século passado até as propostas mais recentes. O modernismo apresenta não somente as manifestações da arte brasileira comprometidas com a vontade de atualizar a produção nacional em relação ao modernismo europeu (as exposições de Anita Malfatti e de Lasar Segall, em 1917, a Semana de Arte Moderna, em 1922, por exemplo), quanto de seus desdobramentos até o fim da Segunda Grande Guerra e ao longo da década de 50.
Neste segmento estão obras de artistas como Anita Malfatti, Brecheret, Cândido Portinari, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Djanira, Flávio de Carvalho, Goeldi, Guignard, Ismael Nery, Lasar Segall, Pancetti, Tarsila do Amaral e Vicente do Rêgo Monteiro entre outros.
O núcleo Construtivismo e Abstracionismo mostra o surgimento e a consolidação das tendências não-figurativas no País, entre 1948 e 1962 com obras de Abraham Palatnik, Aluísio Carvão, Antônio Bandeira, Fayga Ostrower, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Mary Vieira, Milton Dacosta, Samson Flexor entre outros.
A Imagem Contemporânea reúne dois momentos cronologicamente diversos da arte do final do século XX e que possuem em comum um foco figurativo: as produções das décadas de 60 e de 80. O desgaste do repertório eminentemente formal do Abstracionismo, na passagem das décadas de 50 para a de 60, determinou a retomada da imagem figurativa.
Baseada agora na fotografia, na publicidade e nas artes gráficas, essa nova imagem revogou definitivamente os modelos naturais da arte do passado. Aqui aparecem obras de artistas como Anna Maiolino, Anna Bella Geiger, Antônio Dias, Barrão, Beatriz Milhazes, Carlos Zilio, Cláudio Tozzi, Cristina Canale, Daniel Senise, Gerchman, Glauco Rodrigues, Leda Catunda, Luiz Zerbini, Maria do Carmo Secco, Nelson Leirner, Wanda Pimentel, Raimundo Collares e Carlos Vergara, entre outros.
O Experimentalismo – mais seus desdobramentos - é a parte conclusiva da exposição. Ela recobre o experimentalismo dos anos 70 e de sua retomada, ainda que de modo singular, dos anos 90 até a atualidade. A ênfase na idéia, no conceito, feita por parte significativa da produção artística brasileira e internacional dos 70, assimilou, de modo explícito, a palavra à obra ou usou-a, nos títulos, como conceitos-chave para leitura da obra.
Da década de 90 em diante o uso praticamente generalizado de suportes e meios não-convencionais da arte (novas mídias, instalações, performances) deriva de muitas das questões experimentais formuladas duas décadas antes. Fazem parte deste segmento obras de artistas como Anna Bella Geiger, Antônio Dias, Antônio Manuel, Artur Barrio, Carlos Zilio, Cildo Meireles, Edgar de Souza, Helio Oiticica, Jac Leirner, Jorge Barrão, José Damasceno, José Resende, Luiz Fonseca, Marcos Chaves, Miguel Rio Branco, Milton Machado, Rosângela Rennó, Tunga, Waltércio Caldas e Vik Muniz entre outros.
Cedida em comodato para o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro a partir de 1993, a coleção tornou-se acessível permanentemente ao público e vem sendo mostrada regularmente não só no MAM, como em outras instituições do Brasil e do Exterior.
Serviço da Exposição:
Coleção Gilberto Chateaubriand: um Século de Arte Brasileira
Período de Exibição: até 04/03
Patrocinador: Petrobras
Apoio: Governo do Paraná, Fundação Nacional de Arte e Ministério da Cultura
Onde: Museu Oscar Niemeyer
Endereço: Rua Marechal Hermes, 999
Centro Cívico – CEP: 80530-230
Telefone: (41) 3350-4400
Horário: de terça a domingo, das 10h às 18h
Preços: R$ 4,00 adultos e R$ 2,00 estudantes identificados
(Crianças de até 12 anos, maiores de 60 e grupos de estudantes de escolas públicas, do ensino médio e fundamental, agendados não pagam)
Artistas paranaenses integram a Coleção Gilberto Chateaubriand
As obras das paranaenses Eliane Prolik, Carina Weidler e Marga Puntel fazem parte da Coleção Gilberto Chateaubriand: um Século de Arte Brasileira exibida na noite desta terça-feira (12), no Museu Oscar Niemeyer
Publicação
13/12/2006 - 17:14
13/12/2006 - 17:14
Editoria