Artista plástica e jornalista lançam livro que mapeia a arte popular brasileira

A artista plástica Beth Lima e o jornalista Valfrido Lima lançam nesta terça-feira (09), às 18 horas, o livro Em nome do autor – artistas artesãos do Brasil (Proposta Editorial), na Sala do Artista Popular
Publicação
08/12/2008 - 15:16
Editoria
A artista plástica Beth Lima e o jornalista Valfrido Lima lançam nesta terça-feira (09), às 18 horas, o livro Em nome do autor – artistas artesãos do Brasil (Proposta Editorial), na Sala do Artista Popular. O livro é uma viagem pela arte popular brasileira, com 320 entrevistas e fotos de artistas e das obras. Na ocasião serão expostas peças dos artistas do Paraná contemplados pela publicação, entre eles: Hélio Leites, Efigênia Rolim, Espedito Rocha, Leonildo Pereira , Nilo Pereira entre outros. A mostra ficará aberta ao público até o dia 12 de dezembro. A publicação é resultado de quatro anos de pesquisas e cerca de 110 mil quilômetros rodados em todas as regiões brasileiras. Depois deste esforço em pesquisa, os autores concluíram uma das mais originais obras de referência já editadas no país sobre sua arte popular. Segundo Beth Lima e Valfrido Lima, ambos historiadores e jornalistas, o objetivo dessa autêntica odisséia tropical era conhecer e registrar – em imagens e palavras – a crua realidade vivida por artistas brasileiros. Os dois pesquisadores constataram que, em sua maioria, estes artistas não estão presentes em galerias de arte ou não possuem agentes comerciais e que, em alguns casos, apesar de viverem em condições consideradas ‘miseráveis’, assim mesmo mostraram-se extremamente abertos e simpáticos para conversar sobre seus afazeres de artista. Sobre o livro, a artista plástica conta que era um projeto antigo seu e que em um belo dia encontrou quem se dispusesse a ajudar e realizar. “Pensávamos em fazer uma coisa bem pequena, mas na medida em que fomos viajando, começamos a ter uma real dimensão do que é este País”, comenta. “Em nome do autor” traz um breve histórico sobre cada região brasileira e é dividido por estados. “Notamos que a maioria dos livros não traz os nomes dos artistas e nem de onde eles são. Isso nos levou a fazer um projeto onde um dos centros fosse a valorização do artista, do autor. Mostrar quem é essa pessoa, fotografá-lo onde ele vive e incluir um depoimento desse artista contando como vive, como trabalha”, explica Beth. Riqueza - Segundo ela, não temos noção da riqueza de pessoas talentosas que há no Brasil. “São os verdadeiros artistas deste País, pessoas que trabalham com as suas raízes, com as suas realidades, que não têm nenhuma formação acadêmica, e no entanto são de uma sensibilidade e dominam técnicas como ninguém”. Valfrido lembra que o compromisso era ir a todos os estados e em todas as cidades de que dispunham informação da existência de uma pessoa que trabalhava com arte popular. “Quando chegávamos em um lugar, a primeira coisa que fazíamos era ir na praça ou em um ponto de táxi ou no posto de gasolina e perguntávamos se havia algum artista na cidade”. Beth diz que a resposta era, geralmente, “que tinha um doido que mexia com essas coisas”. Quando não conseguiam as informações com as pessoas, nas ruas mesmo, precisavam recorrer aos órgãos institucionais. “É muito complicada a questão da disponibilidade da informação, da abertura das pessoas para ajudar em uma pesquisa. Muitas vezes tínhamos o nome do artista e esbarrávamos em como conseguir a informação”, recorda Beth. Um dos objetivos, observa Valfrido, foi justamente tornar mais acessível o contato com esses artistas. “Colocamos no final do livro o nome, endereço e telefone de cada um. Acho que uma das coisas que este livro vai propiciar é o artista ter melhores condições de vender suas peças”. Para os autores é realização máxima cada artista se ver no livro e poder conhecer trabalhos parecidos com o dele. Eles fizeram questão de enviar os primeiros 320 exemplares para cada entrevistado. “Eu adoraria fazer a entrega do livro pessoalmente, para cada um, e ver a reação deles ao saber que no Paraná tem um cara que tem uma linguagem dentro do imaginário dos bichos brasileiros, por exemplo, muito semelhante ao cara que está no Acre. Isso deve emocionar. Nunca se mostra quem é o artista. E o importante é que, agora, eles sabem que estão sendo divulgados, que tem a carinha deles lá”. Serviço: Em Nome do Autor – Coletiva de artistas paranaenses. Sala do Artista Popular (R. Saldanha Marinho, s/nº - anexo a Secretaria de Cultura). A exposição acontece de segunda a sexta-feira, das 10 às 18 horas. Entrada franca. Na terça-feira, dia 9, às 18 horas, acontece o lançamento do livro Em Nome do Autor, com a presença dos escritores Beth Lima e Valfrido Lima. Entrada franca.

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