Ao completar nesta quinta-feira (07) 150 anos de fundação, o Arquivo Público do Paraná comemora as realizações e, ao mesmo tempo, começa a encarar os desafios para o futuro. Na Semana do Sesquicentenário que se encerra hoje, a grande preocupação demonstrada por especialistas que participaram das palestras e debates que compuseram o evento foi a de criar regras e critérios para o armazenamento dos documentos virtuais, de como impedir que eles se percam e de que forma assegurar o acesso à papelada produzida e guardada em computadores.
“É um problema cada vez mais difícil para o arquivismo no Brasil, e que carece de definição de regras urgentes: como constituir um acervo virtual para que, no futuro, a história que esteja sendo feita hoje possa ser consultada, pesquisada”, salientou o diretor do Arquivo Nacional, Jaime Antunes, que proferiu palestra na abertura da Semana do Sesquicentenário.
Primeiro passo - No Paraná, o primeiro passo está sendo dado. Também durante a semana de comemorações, a Escola de Governo e o Arquivo – ambos são vinculados à Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Seap) – lançaram a Câmara Técnica de Gestão Documental.
A câmara ficará responsável por definir programas a serem aplicados nas repartições públicas, e que busquem a melhor forma de impedir que memorandos, relatórios, processos, pedidos e outros tipos de documentos feitos via e-mail sejam perdidos.
“O Arquivo Público do Paraná segue à risca as regras de criação e manutenção de acervo físico, real. Agora, a grande luta, o grande trabalho, vai ser o de organizar a guarda da produção virtual”, destaca a historiadora Daysi Andrade, diretora do Arquivo Público.
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Inauguração e palestra marcam encerramento da Semana
Na manhã desta quinta-feira, dentro do último dia de programação da Semana do Sesquicentenário, foram inaugurados a Biblioteca Cecília Maria Westphalen e o Espaço Ruy Wachowicz. A solenidade foi feita pelo deputado estadual Rafael Greca (PMDB), um dos colaboradores mais antigos do Arquivo Público.
Greca narrou a história da instituição e lembrou que o primeiro arquivista do Paraná, João Machado Lima, começou a trabalhar na função antes mesmo da assinatura da lei que criou, em 7 de abril de 1855, o Arquivo Público do Paraná. “Nosso primeiro arquivista ganhava 10 mil réis e iniciou seu trabalho em 1854”, ressaltou.
O deputado elogiou a administração do Arquivo Público e, como outros palestrantes da semana, chamou atenção para a necessidade de se criar mecanismos para a guarda dos “arquivos virtuais”. “É preciso guardar para mostrar, e mostrar para guardar. Quanto mais para trás se puxa, mais para frente se alcança”, disse Greca, referindo-se à importância de se preservar a história e, mais que isso, permitir o acesso da comunidade a ela.
Arquivo Público encara o desafio da gestão de documentos virtuais
Semana do Sesquicentenário da instituição terminou nesta quinta, com inaugurações, homenagens e perspectivas para o futuro
Publicação
07/04/2005 - 16:30
07/04/2005 - 16:30
Editoria