Na data em que comemora-se o Dia do Índio – 19 de abril - o Governo do Estado revela que as áreas indígenas concentram grande parte das florestas com araucária protegidas no Paraná. Dos 11% de remanescentes de Floresta com araucária que ainda restam no Paraná, 4,2 % estão localizadas em terras indígenas.
Para que se tenha uma ideia, a área indígena de Mangueirinha – localizada na região sudoeste do Paraná – abriga os mais antigos exemplares de pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) do mundo. Calcula-se que dos 17 mil hectares que integram a área, nove mil hectares são formados por floresta com araucárias nativas, ou seja, em estágio original.
“Trata-se de uma das áreas mais importantes para a biodiversidade do Estado e que abriga um remanescente da árvore símbolo do Paraná, a araucária”, declara o secretário do Meio Ambiente, Jorge Augusto Callado Afonso.
Para ele, os indígenas são os grandes aliados que o Paraná possui para conservação do patrimônio ambiental. “Os índios tem muito a nos ensinar no que tange ao relacionamento do homem com a natureza”, completa o secretário. Como exemplo, ele cita a forma de cultivo agrícola utilizada tradicionalmente pelos índios, em sua maioria sem impacto ao meio ambiente.
O secretário destaca ainda a importância da relação das comunidades indígenas com a preservação dos rios e nascentes. “Eles possuem a mata ciliar conservada e preocupam-se com a qualidade das suas águas”, ressalta Callado. Os rios de maior influência para as comunidades indígenas, pelo fato de terem vivido às suas margens, são o rio Iguaçu, rio Tibagi, rio Paraná e rio Ivaí.
Outro dado importante e que mostra a consciência ambiental dos povos indígenas é o tamanho da cobertura florestal mantida em suas áreas. De acordo com a Funai, o Paraná possui 22 áreas indígenas oficialmente demarcadas em seu território, totalizando 90 mil hectares. Destes, 56 mil hectares são de florestas e áreas de reflorestamento de espécies nativas.
Para Ivan Bribis Rodrigues, indígena e representante do Conselho Nacional de Política Indígena (CNPI), a preservação das florestas tem um significado muito importante. “Na nossa cultura o homem faz parte da natureza e uma coisa não pode ser separada da outra. E ao agirmos diferente estamos colocando em risco esta relação. Isso é o que estamos vendo acontecer em muitos países do mundo”, enfatiza Ivan.
Segundo ele, no momento, os índios pensam apenas no futuro de seus filhos e na qualidade da terra que eles herdaram. “Estamos trabalhando para cuidar do que temos e, em outros lugares, resgatar o que foi perdido”, finaliza Rodrigues.
O Paraná conta hoje com uma população de 14 mil índios das etnias Caigangue, Guarani e Xetá, que vivem em 32 locais diferentes do Estado. Somam, aproximadamente, 4 mil índios Guarani e 9,5 mil Caigangues. Da etnia Xetá restam apenas seis índios de contato primitivo e 90 descendentes.
INCENTIVO – Além dos benefícios que os indígenas têm assegurado para o patrimônio ambiental do Estado, eles também contribuem com a economia dos municípios. A Lei do ICMS Ecológica, criada em 1990, prevê que 5% do ICMS arrecadado pelo Estado deve ser dividido entre os municípios que possuem terras indígenas, áreas de florestas ou mananciais de abastecimento público.
Segundo dados do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o Governo do repassou, apenas no mês de março deste ano, mais de R$ 1,3 milhão em recursos para 133 municípios inclusos na Lei do ICMS Ecológico.
FORMAÇÃO - Desde o início de 2010 uma turma com 40 alunos indígenas foi criada no Colégio Estadual de Educação Profissional Newton Freire Maia, em Curitiba, no curso de Agropecuária com ênfase em agroecologia. O curso pretende formar até o final de 2012 os índios (Guaranis e Caingangues) que aplicarão todos os conhecimentos do modelo agroecológico (agricultura sustentável) em suas comunidades de origem.
Durante os três anos do curso os alunos cumprirão um regime de alternância, com um mês de aulas presenciais no colégio e dois meses em suas próprias aldeias, que tem o custo do transporte bancado pela Secretaria Estadual da Educação. “A intenção é capacitar essa turma e outras que virão, mostrando que eles podem produzir de forma sustentável e gerando renda, afinal de contas hoje essa é uma necessidade das comunidades indígenas também”, explica Eduardo Kardush, diretor-geral do colégio.
O currículo do curso é composto por disciplinas com foco em agroecologia e os alunos têm acesso a toda estrutura do colégio como quatro laboratórios de análises químicas, físicas e biológicas, três laboratórios de informática, dois auditórios, duas cozinhas e dois refeitórios. “Na turma indígena também incluímos curso das línguas indígenas das etnias”, lembra Kardush.
Para o coordenador do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), Júlio Veiga, a formação agroecológica entre os indígenas pode aproximar o modo de produção indígena com a agricultura sustentável. “Temos que buscar caminhos e evitar que os índios busquem outro via, como a agricultura convencional. A agroecologia pode ser este caminho para eles”, enfatizou.
Para que se tenha uma ideia, a área indígena de Mangueirinha – localizada na região sudoeste do Paraná – abriga os mais antigos exemplares de pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) do mundo. Calcula-se que dos 17 mil hectares que integram a área, nove mil hectares são formados por floresta com araucárias nativas, ou seja, em estágio original.
“Trata-se de uma das áreas mais importantes para a biodiversidade do Estado e que abriga um remanescente da árvore símbolo do Paraná, a araucária”, declara o secretário do Meio Ambiente, Jorge Augusto Callado Afonso.
Para ele, os indígenas são os grandes aliados que o Paraná possui para conservação do patrimônio ambiental. “Os índios tem muito a nos ensinar no que tange ao relacionamento do homem com a natureza”, completa o secretário. Como exemplo, ele cita a forma de cultivo agrícola utilizada tradicionalmente pelos índios, em sua maioria sem impacto ao meio ambiente.
O secretário destaca ainda a importância da relação das comunidades indígenas com a preservação dos rios e nascentes. “Eles possuem a mata ciliar conservada e preocupam-se com a qualidade das suas águas”, ressalta Callado. Os rios de maior influência para as comunidades indígenas, pelo fato de terem vivido às suas margens, são o rio Iguaçu, rio Tibagi, rio Paraná e rio Ivaí.
Outro dado importante e que mostra a consciência ambiental dos povos indígenas é o tamanho da cobertura florestal mantida em suas áreas. De acordo com a Funai, o Paraná possui 22 áreas indígenas oficialmente demarcadas em seu território, totalizando 90 mil hectares. Destes, 56 mil hectares são de florestas e áreas de reflorestamento de espécies nativas.
Para Ivan Bribis Rodrigues, indígena e representante do Conselho Nacional de Política Indígena (CNPI), a preservação das florestas tem um significado muito importante. “Na nossa cultura o homem faz parte da natureza e uma coisa não pode ser separada da outra. E ao agirmos diferente estamos colocando em risco esta relação. Isso é o que estamos vendo acontecer em muitos países do mundo”, enfatiza Ivan.
Segundo ele, no momento, os índios pensam apenas no futuro de seus filhos e na qualidade da terra que eles herdaram. “Estamos trabalhando para cuidar do que temos e, em outros lugares, resgatar o que foi perdido”, finaliza Rodrigues.
O Paraná conta hoje com uma população de 14 mil índios das etnias Caigangue, Guarani e Xetá, que vivem em 32 locais diferentes do Estado. Somam, aproximadamente, 4 mil índios Guarani e 9,5 mil Caigangues. Da etnia Xetá restam apenas seis índios de contato primitivo e 90 descendentes.
INCENTIVO – Além dos benefícios que os indígenas têm assegurado para o patrimônio ambiental do Estado, eles também contribuem com a economia dos municípios. A Lei do ICMS Ecológica, criada em 1990, prevê que 5% do ICMS arrecadado pelo Estado deve ser dividido entre os municípios que possuem terras indígenas, áreas de florestas ou mananciais de abastecimento público.
Segundo dados do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o Governo do repassou, apenas no mês de março deste ano, mais de R$ 1,3 milhão em recursos para 133 municípios inclusos na Lei do ICMS Ecológico.
FORMAÇÃO - Desde o início de 2010 uma turma com 40 alunos indígenas foi criada no Colégio Estadual de Educação Profissional Newton Freire Maia, em Curitiba, no curso de Agropecuária com ênfase em agroecologia. O curso pretende formar até o final de 2012 os índios (Guaranis e Caingangues) que aplicarão todos os conhecimentos do modelo agroecológico (agricultura sustentável) em suas comunidades de origem.
Durante os três anos do curso os alunos cumprirão um regime de alternância, com um mês de aulas presenciais no colégio e dois meses em suas próprias aldeias, que tem o custo do transporte bancado pela Secretaria Estadual da Educação. “A intenção é capacitar essa turma e outras que virão, mostrando que eles podem produzir de forma sustentável e gerando renda, afinal de contas hoje essa é uma necessidade das comunidades indígenas também”, explica Eduardo Kardush, diretor-geral do colégio.
O currículo do curso é composto por disciplinas com foco em agroecologia e os alunos têm acesso a toda estrutura do colégio como quatro laboratórios de análises químicas, físicas e biológicas, três laboratórios de informática, dois auditórios, duas cozinhas e dois refeitórios. “Na turma indígena também incluímos curso das línguas indígenas das etnias”, lembra Kardush.
Para o coordenador do Centro Paranaense de Referência em Agroecologia (CPRA), Júlio Veiga, a formação agroecológica entre os indígenas pode aproximar o modo de produção indígena com a agricultura sustentável. “Temos que buscar caminhos e evitar que os índios busquem outro via, como a agricultura convencional. A agroecologia pode ser este caminho para eles”, enfatizou.