Valorizar os aposentados do governo do Paraná, promovendo melhoria na renda e suspendendo a taxação previdenciária, e ainda concentrar esforços para evitar fraudes em benefícios vêm sendo algumas das principais medidas adotadas pela Secretaria da Administração e Previdência em defesa dos aposentados e que serão acompanhadas de outras em 2005.
Logo no terceiro mês de gestão, em março de 2003, o governador Roberto Requião determinou a suspensão da taxação dos inativos. A cobrança, feita desde 1999 conforme prevista na lei estadual 12.398/98, descontava 10% dos vencimentos dos aposentados e pensionistas que ganhavam mais de R$ 1,2 mil; acima de R$ 1,2 mil, o índice era de 14%.
A contribuição compulsória foi suspensa quando, na esfera federal, discutia-se a emenda constitucional 41, a da Reforma da Previdência. Com a emenda, tanto a União, como os estados, municípios e o Distrito Federal seriam obrigados a instituir, cada um em seu regime previdenciário, a taxação.
Discussões - Após muitas discussões entre o Executivo e o Congresso Nacional, a emenda foi aprovada, no final de 2003. Entretanto, uma série de ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) foi parar no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Como o Governo do Paraná é contrário à cobrança, por considerá-la injusta, a taxação no Poder Executivo estadual permaneceria suspensa até um posicionamento final do STF, que veio ocorrer em agosto de 2004. O Supremo considerou legítima a emenda”, explica a secretária de Estado da Administração e da Previdência (Seap), Maria Marta Lunardon.
No Paraná, o Governo pretende retardar a instituição da taxação até o prazo máximo – os estados e os municípios têm até março de 2005 para apresentar propostas para aplicar a cobrança em seus regimes.
Estudo - A ParanaPrevidência está concluindo o chamado estudo atuarial, que é um levantamento detalhado do número de aposentados e pensionistas, valor dos benefícios, despesas com a folha de pagamento, arrecadação atual bem como projeções de quanto, ao longo dos anos, o Estado vai precisar ter em caixa para quitar, sempre em dia, as aposentadorias e pensões.
A partir dos dados levantados é que o Executivo vai mandar à Assembléia Legislativa um projeto de lei que vai tratar de como será instituída a taxação. A contribuição só será efetivada 90 dias após o projeto ser aprovado pela Assembléia.
A emenda constitucional 41, alterada pelo Supremo, determina que a taxação será de no mínimo 11% para quem ganha mais de R$ 2.508,72 mensais. O percentual incide apenas sobre o que exceder esse patamar mínimo. Assim, quem recebe R$ 3 mil, vai contribuir com 11% sobre R$ 491,28, e não sobre os R$ 3 mil. No Poder Executivo paranaense, pouco mais de 10 mil aposentados e pensionistas seriam atingidos.
“Sob o ponto de vista financeiro, [a taxação] é pouco representativa, considerando a magnitude dos números envolvidos na folha de pagamento de ativos e inativos, em torno de R$ 358 milhões mensais”, observa Maria Marta.
Renda – Ao mesmo tempo que evitou a taxação, o Governo procurou contemplar os aposentados com a maior parte das medidas tomadas nos últimos dois anos que significaram aumento na remuneração do funcionalismo.
O abono mensal, em vigor desde agosto de 2003, foi estendido a 18,8 mil aposentados, tanto do Quadro Próprio do Poder Executivo (QPPE) como do Quadro Próprio do Magistério. O abono é de R$ 50.
Já o abono para técnicos administrativos das universidades estaduais, além de beneficiar 8 mil servidores da ativa, é aplicado a 574 aposentados da função. São abonos de R$ 300 por mês, para quem ganha de R$ 400 a R$ 800.
A lei da remuneração mínima, que determina que nenhum servidor tenha anhos mensais abaixo de R$ 400, abrange também os aposentados do Poder Executivo estadual.
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Combate às fraudes
A política de prevenção adotada pelo Departamento de Seguridade Funcional (DSF) da Secretaria de Estado da Administração e da Previdência (Seap), para evitar fraudes nos benefícios pagos a aposentados e pensionistas, consiste em dotar a máquina estatal de bancos de dados confiáveis, e permitir a comunicação freqüente e imediata entre as secretarias, autarquias e outras instituições do Governo do Estado e de outras esferas de poder (União, municípios, Legislativo, Judiciário).
Uma das medidas é o RH Paraná. Trata-se de um banco de dados que utiliza um programa de computador (o Meta 4) no qual estão sendo inseridas informações, dados, enfim, um verdadeiro perfil do servidor público e de seus dependentes. O programa permite o cruzamento de informações e dados, para a retirada de relatórios dos mais variados tipos.
Outra forma de se impedir irregularidades é a constante consulta ao Sistema Nacional de Óbitos (Sisob), da Previdência Social da União. A ParanaPrevidência checa se os nomes dos aposentados e pensionistas que recebem benefícios no Estado não constam da lista do Sisob.
Dessa forma, busca-se evitar que se pague aposentadorias e pensões a pessoas que não têm direito e ganham em nome de outras que já morreram. Em situações assim, o pagamento é cancelado de imediato.
Uma outra maneira é o que os técnicos chamam de “compensação previdenciária”. Em síntese, é a averiguação de documentos que comprovam o tempo de serviço do funcionário público, nos casos em que a pessoa, além de atuar no Estado, passou por prefeituras, União, ou poderes Legislativo e Judiciário. É verificado, com essas instituições, se os dados da certidão de tempo de contribuição do servidor estão de acordo com as informações dos registros guardados em cada uma delas.
Aposentados ganham atenção especial no Paraná
Inativos do governo estadual são isentos da taxação previdenciária e conquistam uma renda mais digna
Publicação
06/01/2005 - 00:00
06/01/2005 - 00:00
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