Antropólogo diz que estereótipos sobre servidor estão sendo quebrados

Cerca de 400 servidores públicos estaduais, civis e militares, participaram nesta quarta-feira (29) da palestra “A arte de servir: Estado-cidadão”, ministrada pelo antropólogo e professor Luiz Almeida Marins Filho
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29/10/2008 - 18:10
Editoria
Cerca de 400 servidores públicos estaduais, civis e militares, participaram nesta quarta-feira (29) da palestra “A arte de servir: Estado-cidadão”, ministrada pelo antropólogo e professor Luiz Almeida Marins Filho. O palestrante falou das peculiaridades das funções de um agente público e abordou a visão e a expectativa que a sociedade tem do funcionalismo. Para o antropólogo, imagem e conceitos negativos sobre o perfil do trabalhador do poder público estão sendo, aos poucos, desfeitos. “Antigos estereótipos começam a não ter mais sustentação. Já se reconhece o servidor público mais dedicado, mais disposto”, relatou Marins Filho. Na avaliação do especialista, os recentes investimentos em capacitação dos quadros de funcionários públicos e os ingressos de novos concursados, mais preparados e motivados, são duas razões que têm contribuído para a mudança da visão que a sociedade faz dos trabalhadores do poder público. “A maior atração de talentos está ocorrendo no serviço público. Há também um choque de gerações. As carreiras estão atraindo jovens com o sentimento da missão de um servidor público, comprometidos com o serviço público”, observou o professor. Marins Filho tem no currículo atuações em empresas privadas e instituições públicas, de todas as unidades da federação – municipais, estaduais, federais. Atuou também na Organização das Nações Unidas. Ele contou que foi nas instituições públicas onde mais encontrou profissionais preparados. “Os mais competentes que conheci foram no serviço público.” MOTIVAÇÃO NÃO É AUTO-AJUDA - O antropólogo fez questão de diferenciar práticas de motivação daquelas de auto-ajuda. “Motivação não é auto-ajuda. Auto-ajuda lida com emoções; motivação, com razões de ordem lógica”, argumentou. “A pessoa assiste a uma palestra de auto-ajuda e sai achando que está motivada, mas na verdade está emocionada. Passa um tempo e a pessoa já não tem mais aquela emoção. Na motivação, o que se busca são os motivos pelas quais ela deve fazer algo, fazer seu trabalho. A pessoa identificando essas razões, aí sim se torna motivada”, comparou. A palestra com o antropólogo Luiz Almeida Marins Filho foi gravada pela Paraná Educativa e, em breve, será apresentada durante a programação da emissora. O evento foi organizado pela Escola de Governo, instituição vinculada à Secretaria da Administração e da Previdência, com o patrocínio da Sanepar, Celepar, Secretaria do Meio Ambiente e da própria Paraná Educativa.