Aneel aprova parceria da Copel e Itaipu na produção de energia

Produção de energia junto à unidade consumidora foi implantada e testada por Itaipu em parceria com a Companhia Paranaense de Energia no Oeste do Paraná
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21/05/2008 - 18:23
Editoria
O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, anunciou nesta quarta-feira (21), no Fórum Global de Energias Renováveis, em Foz do Iguaçu, que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai aprovar o projeto de Geração Distribuída (produção de energia junto à unidade consumidora), modalidade que foi implantada e testada pela empresa em parceria com a Companhia Paranaense de Energia (Copel), na região Oeste do Paraná. O diretor-geral da Aneel, Jerson Kelman, informou por telefone ao presidente da Itaipu que a condução da metodologia pela Copel para poder receber a energia produzida pelos produtores rurais tem o aval do governo federal. “Ou seja, a Copel poderá comprar toda a energia gerada por estes produtores que fazem parte do projeto e, obviamente, isso acabará virando uma regra nacional”, afirmou Samek. Segundo ele, o trâmite do projeto na Aneel já caminhou 99%, faltando apenas algumas formalidades burocráticas que serão concluídas dentro de 15 dias. A modalidade de produção de Geração Distribuída de energia viabiliza a adoção de pequenas unidades geradoras, baseadas em fontes renováveis. Apesar de haver um marco regulatório para o tema (Decreto Federal 5.163, de 2004, e Norma Técnica 167 da Aneel, de 2005), faltavam estudos que estabelecessem parâmetros operacionais. “A Copel não só otimizou os testes junto a Itaipu, como encaminhou um relatório muito completo à Agência Nacional para garantir a autorização de compra da energia excedente”, afirmou o diretor de engenharia da Copel, Luiz Antonio Rossafa. MODELO – A parceria entre as empresas do setor elétrico no Paraná está sendo desenvolvida em uma granja de suínos localizada em São Miguel do Iguaçu (região oeste), onde os dejetos de 3 mil suínos são acumulados em um biodigestor, transformam-se em biogás e geram a energia que abastece toda a infra-estrutura, inclusive um conjunto de residências. A energia excedente (em uma semana de testes foram gerados 380 megawatts/hora de sobra) é incorporada à rede pública graças a um painel aprimorado pela Copel, que permite controlar o fluxo da eletricidade entre as redes interna e externa. “Um exemplo de humanização de energia, porque até então o homem não tinha possibilidades de gerar energia, apenas as grandes empresas. Além disso, é a solução do passivo ambiental: os produtores têm o dejeto e têm que tratar; tratando eles geram energia elétrica, sobra energia e eles têm para onde vender. É inédito em nível de Brasil e um exemplo para o mundo”, destacou Rossafa. Ele acredita que a medida trará uma nova frente de oportunidades e geração de empregos. “Com esta demanda teremos fábricas de motores, geradores, operação e manutenção destas usinas, gerando empregos, desenvolvimento e desafios para universidades e institutos de pesquisa. Nós estamos muito otimistas”, concluiu Rossafa.

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