A deficiência na formação da coxa direita não impede o aluno Emerson Morais Woellner, 17 anos, de jogar futebol junto com seus colegas na fase regional dos Jogos Colegiais do Paraná, em Ivaí. O meia-atacante, que disputa a divisão “A” (15 a 17 anos), integra a equipe do Colégio Estadual Joana T. Pereira, de Castro.
Apesar de ter nascido com a má-formação na perna, Emerson pratica esportes desde pequeno. A partir de 2007, passou a integrar o time de futsal do colégio. No futebol, sua participação começou neste ano, visando os Jogos Colegiais do Paraná. De acordo com o treinador Nei Ferreira, Emerson é um dos atletas mais dedicados. “Ele não falta a nenhum treinamento e é um dos primeiros a chegar”, destaca o técnico. Nei também revela a importância do esporte no caso de Emerson. “Para ele é uma inclusão social”.
Ainda segundo o treinador, o atleta reconhece sua limitação. “Ele entende que está em desvantagem em relação aos demais, no entanto, está sempre disposto a ajudar o grupo entrando constantemente nas partidas”, ressalta Nei. Mesmo quando não está em campo, Emerson passa recomendações para os companheiros. De acordo com o treinador, a equipe não vê deficiência no colega. “Isso acontece porque ele é capaz”, sentencia.
EXEMPLO – Para o diretor-presidente da Paraná Esporte, Ricardo Gomyde, este é um ótimo exemplo do objetivo dos Jogos Colegiais do Paraná. “Mais do que descobrir talentos, o que acontece com freqüência, os Jocop's tem uma função muito importante, a inclusão social por meio do esporte. Casos como esse confirmam que as políticas públicas para o esporte no Paraná estão no caminho certo e rendendo frutos”, enfatiza Gomyde.
Quando questionado sobre como é jogar entre os demais, Emerson responde com serenidade que é tratado como qualquer outro. “Não há diferença”, resume. Segundo ele, não há e nunca houve nenhum tipo de preconceito da parte de seu time, já as provocações dos adversários não são levadas a sério. “Eu não me incomodo com isso”, revela. A mesma visão sobre a participação de Emerson no time tem o jogador José Lucas. “Ter o Emerson no time é normal”, diz.