A agroecologia, que privilegia a consciência ecológica, vem mudando a vida de pequenos agricultores no Paraná e no Brasil. Para o debate dessa questão e de outras relacionadas à agricultura familiar, a Chamada Geral pela Integração Latino-Americana, que acontece nos dias 5, 6 e 7 de julho em Curitiba, vai abrigar diversas mesas de discussão, com a participação das principais lideranças populares do continente. Nesta sexta-feira (6), o tema do fórum será “Agricultura Familiar”. Entre os temas que serão abordados, a agroecologia estará em destaque. Criada na década de 1970, a agroecologia é uma abordagem da agricultura que se baseia nas dinâmicas da natureza. As práticas agroecológicas se baseiam na pequena propriedade, na mão de obra familiar adaptada às condições locais e em redes regionais de produção e distribuição de alimentos. Para tornar realidade a agroecologia nos campos, o MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra criou três escolas de agroecologia no Paraná, com formação de nível médio, e atua em parceria com a Via Campesina na Escola Latino-Americana de Agroecologia, com formação de nível superior, localizada no Assentamento Contestado, na Lapa, a 70 km de Curitiba. O objetivo da Escola é capacitar a juventude do campo: filhos de assentados, camponeses e pequenos agricultores, dentro da proposta da agroecologia, explica o engenheiro agrônomo e integrante do setor de Produção do MST, Nilciney Toná. Depois de formados, os profissionais atuam em assentamentos e comunidades rurais, desenvolvendo trabalhos baseados no diálogo com os camponeses e na prática de sistemas de produção agroecológicos. Para dar continuidade aos avanços alcançados durante o Fórum Social, os estudantes das escolas de agroecologia, assim como os militantes dos movimentos que compõem a Via campesina, pesquisadores, engenheiros agrônomos, ecologistas, pequenos agricultores e sociedade em geral participam da 6° Jornada de Agroecologia no Paraná. A Jornada acontece nos dia 11 a 14 de julho, na Unioeste - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, em Cascavel. As escolas contam com cerca de 420 alunos. A certificação é feita pela Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná. A educação agroecológica do MST, em nível médio, acontece na Escola José Gomes da Silva, no município de São Miguel do Iguaçu; na Escola Milton Santos, em Maringá; e no Centro de Desenvolvimento e Capacitação em Agroecologia (Ceagro), em Cantagalo.