Agroecologia é destaque no Cultivando Água Boa

A feira reúne 14 produtores rurais da região que apostaram na produção de orgânicos, por meio do Programa Cultivando Água Boa, em parceria com prefeituras e associações comunitárias e rurais
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20/11/2009 - 16:21
Editoria
O espaço “Vida Orgânica” foi um dos locais mais visitados pelos participantes do 6º Cultivando Água Boa, que encerrou nesta sexta-feira (20), em Foz do Iguaçu. O espaço idealizado pela Itaipu Binacional expõe uma variedade de produtos orgânicos, cultivados por agricultores inseridos no Programa e que vivem na Bacia do Paraná III. O diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Jorge Samek, explicou que a proposta da Feira é difundir a agricultura orgânica entre os visitantes e garantir aos produtores uma nova oportunidade de venda de seus produtos. “Essa é uma feira pequena, mas simboliza e sintetiza a qualidade dos produtos, o desenvolvimento desta modalidade de cultivo na região e o trabalho forte dos nossos agricultores, em parceria com a Itaipu e os municípios, na Bacia do Paraná III”, afirmou. A feira reúne 14 produtores rurais da região que apostaram na produção de orgânicos, por meio do Programa Cultivando Água Boa, em parceria com prefeituras e associações comunitárias e rurais. Todos os produtos disponíveis no espaço Vida Orgânica são cultivados de maneira rudimentar, sem agrotóxicos ou qualquer componente químico que agrida o solo, as águas ou o meio ambiente. “Quando iniciamos o Programa Cultivando Água Boa tínhamos 187 famílias de produtores orgânicos, hoje o número de famílias que praticam a agricultura ecológica já chega a mil”, conta o diretor de Meio Ambiente da Itaipu Binacional, Nelton Friedrich, Entre os produtos que estão à venda, medicamentos fitoterápicos, produzidos a partir de plantas medicinais cultivadas no sistema orgânico, mel, compotas, doces e cachaças, entre outros produtos. Há ainda a exposição e venda de artigos artesanais de índios da tribo Avá Guarani de Diamante do Oeste. A proprietária de um laboratório de produtos fitoterápicos, Roseli Motter, aposta no mercado dos orgânicos. Desde 1991 a sua empresa comercializa medicamentos derivados de produtos orgânicos da região. “Comercializamos chás, xaropes, encapsulados, entre outros produtos, cuja base é fornecida pelos agricultores orgânicos”, disse. PARANÁ - O Paraná é considerado hoje a principal referência em pesquisa, extensão e produção agroecológica, modo de produção agrícola que respeita as condições ambientais. Atualmente, existem 370 mil propriedades rurais em todo Paraná, sendo que 5,3 mil agricultores já adotaram a agroecologia como modo de produção, numa média de 2,4 hectares por agricultor. “A agroecologia é uma integração de vários conhecimentos: ambientais, agrícolas, culturais, antropológicos e técnicos. E, no Paraná, estamos modificando o jeito tradicional de agricultura para uma agricultura sustentável”, comentou o secretário do Meio Ambiente, Rasca Rodrigues. Para o presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), Francisco Caporal, o sucesso da política paranaense é decorrente da integração de diversos setores que perceberam a necessidade de alterar o modelo de produção. “Vejo que o Paraná não é vanguarda por acaso, pois começou a perceber a necessidade de mudança na produção agrícola há muito tempo. Primeiro foram os movimentos sociais, ONGs e depois com as instituições do governo estadual. Ou seja, a integração destes setores colaborou para que o Paraná tenha, hoje, a maior jornada agroecológica do Brasil”, disse.

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