Prefeitos da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop), representantes de câmaras de vereadores dos municípios da região e agricultores pediram nesta segunda-feira (26) apoio no encaminhamento de soluções contra a estiagem que penalizou a agricultura daqueles municípios. Eles manifestaram preocupação com os efeitos da seca na região, onde já foram apresentados mais de 5.000 pedidos de perícia para ser encaminhada ao seguro agrícola. A comitiva, liderada pelo presidente da Amsop e prefeito de Bom Sucesso do Sul, Élson Munaretto, foi acompanhada dos deputados estaduais Nereu Moura e Augustinho Zucchi. Eles apresentaram uma pauta de reivindicações aos governos estadual e federal para minimizar os prejuízos na agricultura com a seca que prejudicou o Estado, particularmente as regiões Sudoeste e Oeste do Estado entre os meses de novembro e dezembro do ano passado. A comitiva foi recebida pelo secretário da Agricultura e do Abastecimento, em exercício, Herlon de Almeida, e pelo diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), Francisco Simioni. Entre as reivindicações apresentadas está a adoção de um fundo emergencial contra catástrofes, cujo projeto já se encontra no Congresso Nacional para aprovação, disse Almeida. Também sugere a elevação do preço mínimo do leite e uma linha de crédito para a atividade leiteira, reivindicações que serão encaminhadas ao governo federal. Ao governo do Estado, a pauta pede a agilidade na liberação do Proagro para atender de imediato as áreas vistoriadas. Os agricultores têm pressa em plantar a safrinha, disse Munaretto. A pauta reivindica ainda a extensão, para a suinocultura e produtores de leite, dos subsídios dados ao setor avícola no uso de energia elétrica durante o período noturno. REVISÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA - Para Almeida, as pautas apresentadas já estão sendo encaminhadas e foram adotadas pela Secretaria da Agricultura e do Abastecimento como medidas de emergência para amenizar o sofrimento dos agricultores. “Nós já fomos ao governo federal, mas se for preciso constituímos outra comitiva e vamos de novo”, declarou. Porém, alertou os prefeitos e vereadores que é preciso conscientizar os agricultores a rever os sistemas de produção agrícola, principalmente nessa faixa do estado do Paraná entre o Oeste e Sudoeste, onde a seca foi mais forte. Almeida destacou que é preciso entender os sinais da natureza e mudar radicalmente os hábitos. “Nos últimos 10 anos, essa faixa que compreende o Oeste dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná sofre com a seca. Somente em quatro deles não ocorreram problemas graves de falta de chuvas”, disse. Almeida salientou que é o momento de prefeituras e câmaras municipais, que estão mais próximas do agricultor, se mobilizarem com cooperativas e sindicatos rurais para conscientizar o agricultor a mudar o sistema de produção. “Os agricultores têm que se preocupar com conservação de solos, com técnicas de desenvolvimento sustentável, com conservação de águas e não podem mais plantar com excesso de produtos químicos que só prejudicam o solo e as plantas”, alertou. SAFRINHA E CALCÁRIO - Segundo Munaretto, as últimas chuvas amenizaram a situação. Mas a quebra de produção foi acentuada e os agricultores do Sudoeste têm pressa em plantar a safrinha. Na sua avaliação, a vinda à Secretaria foi importante porque eles puderam apresentar os interesses da região junto ao governo do Estado e ao governo federal. Para o deputado Augustinho Zucchi, é fundamental atender as reivindicações da agricultura do Sudoeste do Paraná, que é a base da economia local. Na sua opinião é importante o governo atender a necessidade de liberação de recursos para viabilizar o plantio da safrinha de milho e feijão e também um programa de calcário. Segundo Zucchi, o calcário é fundamental para aumentar a produtividade das lavouras. Ele corrige o solo e dá mais condições para a lavoura e pecuária se desenvolver, mesmo em períodos de pouca chuva.