Agentes penitenciários se formam em curso para melhorar tratamento penal


Diretor do Departamento Penitenciário nacional classifica iniciativa do Paraná como modelo para o Brasil
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15/12/2006 - 14:24
Editoria
Cento de dez agentes penitenciários do Sistema Prisional do Paraná, se formaram, na manhã desta sexta-feira (15), no curso de capacitação do Grupo de Apoio às Ações Penitenciárias (GAP). Eles integram a primeira turma que participou de 244 horas de aulas, na Escola Penitenciária. O treinamento é promovido por meio de convênio entre Secretaria da Justiça e da Cidadania, Ministério da Justiça e Departamento Penitenciário Federal e Estadual (Depen). Outras turmas com 70 agentes estão em fase final de curso. “É um curso destinado aos agentes penitenciários com mais de cinco anos de serviço no Sistema, com objetivo orienta-los sobre novas regras e metodologias, para, conseqüentemente, melhorar o tratamento penal”, analisou o secretário da Justiça, desembargador Jair Ramos Braga. Para o diretor do Depen nacional, Maurício Kuehne, a iniciativa do Paraná em atualizar os conhecimentos do agente penitenciário “deve servir como modelo para o Brasil”. Segundo ele, o Sistema Penitenciário paranaense é um dos melhores do país, “pois se preocupa em melhorar a relação do dia-a-dia dos servidores penitenciários com a massa carcerária, reduzindo as chances de conflito”. O coordenador do Depen-PR, coronel Honório Olavo Bortolini, revelou que dentro das penitenciárias do Estado “há o compromisso de ressocializar o preso com atividades profissionalizantes, educacionais, religiosas, artísticas e de convivência harmônica e dentro da disciplina com os agentes, a fim de promover a reinserção social do detento, após o cumprimento da pena”. Projetos – De acordo com a diretora da Escola Penitenciária, Lúcia Gebran Beduschi, esse curso é considerado pioneiro na qualificação de agentes. “Os agentes tiveram a possibilidades de ter aulas com profissionais qualificados, sobre Ética, Relacionamento Interpessoal, Direitos Humanos, Prisionisação, Vigilância, Custódia, Segurança Penitenciária e Lei de Execuções Penais, entre outras matérias que ampliaram o conhecimento da função”, comentou Lúcia. Ela destacou que há projetos para que, no próximo ano, sejam realizados outros cursos semelhantes para agentes, técnicos e diretores do Sistema Penitenciário. Há 20 anos trabalhando como agente penitenciária, Vera Lúcia Wosniak, lotada na Penitenciária Feminina, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, revelou que o curso ofereceu uma “nova visão do trabalho do agente, com instrutores de alto nível e exemplos que possam ser aplicados na rotina de trabalho no contato com os presos”. O formando Almir Mandolim, que trabalha há 10 anos no Sistema, na Penitenciária Estadual de Maringá, disse que as aulas, debates e convivência com os colegas desmistificou conceitos sobre tratamento penal. O sargento da Polícia Militar Ed Cleso Pereira de Souza foi escolhido paraninfo da turma. Ao agradecer aos agentes, o sargento pediu a todos os formandos que sejam “arrojados e empreendedores” no trabalho, sem nunca perder de vista o caráter. “Não se curvem às nocivas tentações da corrupção, da empáfia, da cobiça dentre outras apresentadas pelo mundo moderno e globalizado. Honrem a esta tão importante profissão de Agente Penitenciário do Estado do Paraná”, disse Ed Cleso. Agentes – Atualmente há 2.426 agentes penitenciários concursados e contratados por meio de teste seletivo no Sistema Penitenciário do Paraná. O salário da categoria é considerado um dos maiores do país, com vencimento inicial de R$ 2.420,00 podendo chegar a R$ 4.725,00. Em maio de 2004, o Governo do Estado abriu concurso público para 1.213 agentes e todos os classificados foram convocados.

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