Agência de Fomento vai ter R$ 250 milhões em créditos

Segundo o governador Roberto Requião, recursos serão destinados ao apoio às micro, pequenas e médias empresas do Paraná
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12/01/2004 - 00:00
Editoria
A Agência de Fomento do Paraná vai repassar cerca de R$ 250 milhões em recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para operações destinadas às micro, pequenas e médias empresas do Estado. A Agência foi credenciada pelo BNDES em dezembro de 2003 e pretende repassar recursos de até R$ 200 mil por operação. A informação é do diretor presidente da Agência de Fomento, Antonio Rycheta Arten, que fez uma exposição sobre o órgão nesta segunda-feira (12) na primeira reunião do ano do governador Roberto Requião e seu secretariado. Ele anunciou que só para 2004 há a disponibilidade de R$ 40,8 milhões em recursos do Fundo de Desenvolvimento do Estado (FDE) para as operações de microcrédito. Segundo Rycheta, o credenciamento do BNDES levou em conta o objetivo da Agência de Fomento que é o da descentralização dos recursos para a geração de empregos e a inserção social no Estado. Nos últimos três anos, a Agência firmou quase 16 mil operações no valor total de R$ 53,2 milhões. Foram atendidos com operações de microcrédito 324 municípios. A meta para este ano é beneficiar todos os municípios do Estado. Montadoras - Ainda de acordo com Rycheta, os financiamentos da Agência de Fomento foram comprometidos no governo passado em decorrência das operações de financiamentos às montadoras, que totalizaram R$ 185,17 milhões, sem juros e correção monetária. Só para para Volkswagen - revelou - foram emprestados R$ 166,17 milhões em 1997, com prazo de 26 anos para pagar. Para a Renault, foram repassados R$ 8,77 milhões com prazo de 10 anos para pagar. Para a Detroit, foram emprestados R$ 9,8 milhões, também para pagamento em 10 anos. Conforme projeção feita por Rycheta, se os recursos emprestados à Volkswagen tivessem correção pela Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) mais juros de 4% ao ano, que são as taxas comuns de mercado, o valor do empréstimo quando devolvido ultrapassaria R$ 5 bilhões só com a capitalização dos recursos durante o prazo total do empréstimo. No valor de hoje, os R$ 166 milhões já estariam valendo R$ 364,7 milhões, informou. Entre empréstimos feitos às montadoras, Rycheta calcula que o saldo devedor para a Agência de Fomento seria de aproximadamente R$ 600 milhões. Nesse cálculo, o presidente da Agência incluiu o empréstimo feito à empresa Tafisa, no valor de R$ 1,5 milhão, que deverá ser pago em 10 anos. Todos esses empréstimos foram feitos no governo passado. “Praticamente todos os novos investimentos industriais foram feitos com recursos do governo”, denunciou. Para o microcrédito, que é o verdadeiro objetivo da Agência de Fomento, o maior número de contratos ocorreu em 2003, quando foram firmadas 7.600 operações, no valor total de R$ 26,1 milhões. Nos dois anos anteriores, foram firmadas apenas 8.300 operações. A meta para 2004 é aprovar 12 mil novas operações. Com um capital social de R$ 255 milhões e a disponibilidade financeira de R$ 153 milhões, a Agência poderá alavancar R$ 580 milhões em créditos.