Acusações de Bona Turra são levianas, afirma procurador

Segundo Sérgio Botto de Larcerda, denúncia de procurador foi motivada por interesses particulares e políticos
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12/04/2005 - 19:30
Editoria
O procurador-geral do Estado, Sérgio Botto de Lacerda, afirmou nesta terça-feira (12), na Assembléia Legislativa, que o procurador Luis Henrique Bona Turra agiu de má-fé e motivado por interesses particulares e políticos ao acusar, na semana passada, o Governo do Estado de irregularidades. “Ele fez uma série de insinuações levianas e falou exclusivamente como militante político e nunca em nome da Procuradoria Geral do Estado, que é um órgão sério e que não serve ao governo, mas ao Estado e ao povo paranaense”, disse Botto. O procurador classificou o depoimento do ex-deputado estadual, que frustrou os parlamentares, inclusive da oposição, como uma atitude de má-fé, até porque há pareceres do próprio Bona Turra que aprovam a legalidade da maioria das denúncias feitas por ele no encontro do Partido dos Trabalhadores do Paraná e depois aos deputados estaduais. “Ele sempre soube que as portas do meu gabinete e da Copel sempre estiveram abertas para ele. O que nos surpreendeu foi ele fazer as denúncias durante um encontro do PT. Agora, nossa intenção é esclarecer qualquer dúvida que o deputados tenham sobre as insinuações feitas por Bona Turra”, explicou Botto. Copel - O principal ponto questionado pelos deputado foi a renegociação do contrato de compra de energia elétrica com a multinacional Cien. “A renegociação dos contratos para importação de energia elétrica oriunda da Argentina assinados em 1999 com a Cien atendeu plenamente ao interesse público, evitando que a Copel desembolsasse pelo menos R$ 11 bilhões no prazo de 20 anos e se tornasse insolvente ainda no ano de 2003. Também evitou a incerteza de uma demanda judicial de resultados imprevisíveis, sem garantia de sucesso”, afirmou. Essas posições foram defendidas também pelo diretor de distribuição da Copel, Ronald Ravedutti, e pelo diretor jurídico da empresa, Assis Corrêa, que também estiveram na Assembléia para explicar aos parlamentares o processo de repactuação do contrato “Conseguimos reduzir o preço de compra da energia de R$ 110,22 para R$ 94,75 por megawatt-hora. O volume adquirido que caiu de 800 para 400 megawatts e a duração dos contratos, abreviados de 20 para 13 anos com possibilidade de, por opção da Copel, ser reduzido ainda mais, para 7 anos”, resumiu o diretor Ronald Ravedutti. Já o diretor jurídico da estatal ressaltou que a renegociação contratual determinada pelo governador Roberto Requião evitou que a discussão judicial em torno dos compromissos se transformasse em prejuízos ainda maiores para a Copel e para a população. Segundo ele, embora lesivas ao interesse público, a impugnação dos contratos e a decretação de sua nulidade seriam extremamente difíceis. “O ideal seria que eles sequer tivessem sido firmados pelo ex-governador Jaime Lerner”, disse Assis Corrêa.