As ações da Copel já estão sendo negociadas num segmento especial da Bolsa de São Paulo (Bovespa), o Nível 1 de Governança Corporativa, do qual têm direito a participar apenas as companhias formalmente comprometidas com boas práticas de gestão, como ética e absoluta transparência nas informações prestadas ao mercado.
A estréia dos papéis nesse nicho do mercado de capitais foi marcada por uma solenidade, nesta quarta-feira (07), no Espaço Bovespa, na capital paulista, presidida pelo diretor-geral da Bolsa, Gilberto Mifano, e com a participação do presidente da Copel, Rubens Ghilardi, e diretores da empresa.
Ao receber oficialmente de Mifano a certificação de comprometimento com os requisitos exigidos pela Bolsa para o Nível 1 de Governança Corporativa, o presidente da Copel afirmou que a empresa sente-se inteiramente à vontade para abraçar os encargos desta adesão. “Porque são práticas e valores que ela adota há muito tempo na gestão dos seus negócios”. Entre elas, o presidente mencionou práticas como a transparência, ética, respeito, responsabilidade socioambiental e a segurança. “Ser uma empresa séria e correta é uma vocação de berço da Copel”, resumiu.
PROTEÇÃO – Ghilardi destacou a importância que a migração das ações para o segmento de empresas comprometidas com os preceitos das boas práticas tem para a Copel. “Essa adesão consolida mais um passo na intenção e no desejo do representante do nosso acionista controlador, o governador Roberto Requião, de conferir à gestão da Companhia mecanismos de controle e de vigilância que assegurem plena transparência às suas atividades”, disse. Ele lembrou que, há poucos meses, a Copel formalizou sua adesão ao Código de Boas Práticas, instituído pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.
Para o presidente da Copel, “a transparência e a permanente vigilância da sociedade e do mercado são os únicos fatores capazes de proteger a empresa dos riscos de uma gestão ruinosa como a do início desta década, cujos efeitos colocaram a Companhia numa situação de extrema dificuldade”. A referência tem relação com os contratos lesivos de compra de energia – cara e desnecessária – firmados até 2002 por antigos dirigentes da Copel e que inviabilizariam definitivamente a empresa, mas foram repactuados e renegociados em tempo por ordem do governador Requião.
ABERTURA – Para saudar o ingresso da Copel no seleto grupo das outras 43 empresas que já integram o Nível 1 de Governança Corporativa da Bovespa, Ghilardi acionou a campainha que abriu oficialmente o pregão desta quarta-feira (06), acompanhado do diretor geral da Bolsa e dos diretores da Copel, Paulo Roberto Trompczynski – financeiro – e Antonio Rycheta Arten – administrativo.
Presidindo o ato de certificação da Copel, o diretor Gilberto Mifano lembrou que a estatal paranaense foi a sexta companhia a migrar em 2008 para esse nicho diferenciado do mercado de valores. “A Copel emite ao mercado um sinal de comprometimento com a transparência e a prestação de contas, que são dois importantes pilares da governança”, ressaltou. “A governança é a contrapartida exigida pelos acionistas para transformar o mercado de capitais num agente de financiamento eficiente, contínuo e consistente, e quanto mais uma empresa se aproxima dos princípios da boa gestão, mais ela aprimora seu relacionamento com os acionistas minoritários”, completou.
Em sinal de concordância, o presidente da Copel declarou ter certeza de que “elevaremos o potencial de valorização dos nossos ativos, pois estaremos não só facilitando o acesso dos investidores às nossas informações mas, principalmente, avalizando sua exatidão e sua fidelidade, o que é vital para a credibilidade deste mercado”.
NOVO ÍNDICE – A partir da sessão de negócios desta quarta-feira, as ações da Companhia passaram a integrar também o Índice de Ações com Governança Corporativa – IGC da Bolsa de São Paulo: desde sua estréia nos pregões da casa, em abril de 1994, as ações da Copel já fazem parte do Índice Bovespa (o Ibovespa, que reúne ações das empresas mais negociadas e de maior liquidez), do Índice de Empresas de Energia Elétrica – IEEE, do IBX-50 e, desde sua criação em 2005, do Índice de Sustentabilidade Empresarial – ISE.
Além de ter suas ações negociadas há 14 anos na Bolsa de São Paulo, a Copel também está presente na Bolsa de Nova York e na Comunidade Econômica Européia. Em Wall Street, a Companhia estreou em julho de 1997, tendo sido a primeira empresa do setor elétrico brasileiro a ter ações listadas no principal centro econômico-financeiro do mundo. Na oportunidade, a operação de lançamento de ações da Copel no mercado norte-americano resultou na captação de 575 milhões de dólares – a maior feita até então por uma empresa da América Latina. Em junho de 2002, os papéis da Copel passaram a ser negociados também no Latibex, o braço latino-americano da Bolsa de Valores de Madri.
Durante o ano de 2007, as ações da Copel tiveram expressiva valorização em todos esses mercados. Na Bovespa, as ações ordinárias variaram 37,2% e as preferenciais, 7,2%. Em Nova York, onde as ações preferenciais são negociadas sob a forma de ADSs de Nível 3, a variação no ano chegou a 29,5%. E no Latibex da Bolsa de Madri, em 2007 a valorização das ações preferenciais da Copel totalizou 18,3%.